A EDP é um dos novos membros da Powering Past Coal Alliance (PPCA), a primeira e única aliança global de governos e organizações do setor privado para promover a transição da geração de energia a carvão para energias limpas, anuncia o grupo.
“É um privilégio para a EDP poder aderir à PPCA para reforçar o nosso compromisso com o Acordo de Paris. A redução das emissões de CO2 a partir do carvão é um passo importante para as empresas no combate às mudanças climáticas”, destaca em comunicado Miguel Stilwell de Andrade, CEO interino da EDP. De acordo com o responsável, “temos investido em tecnologias de baixo carbono há mais de duas décadas e, recentemente, reafirmámos o nosso compromisso com o crescimento sustentável ao anunciarmos o encerramento das nossas centrais a carvão na Península Ibérica. Esperamos continuar esta viagem numa estreita parceria com a PPCA.”
Desde o início de setembro, além da EDP, mais seis membros aderiram a este esforço global de descarbonização: o Peru, o primeiro membro da PPCA na América do Sul; Seul, a capital da Coreia do Sul; Gyeonggi, a província com maior população da Coreia do Sul; Baden-Württemberg, um estado no sudoeste da Alemanha e as cidades de Kaohsiung e Taichung. Estes novos membros foram anunciados esta quinta-feira, 17 de setembro, pela PPCA na conferência da Coligação para a Transição Energética das Nações Unidas. Com ativos de carvão em Portugal, Espanha e Brasil, os quais têm encerramento previsto para 2030, a EDP é agora uma das 44 empresas globais presentes neste grupo.
A aliança global conta agora com 111 membros, incluindo 34 governos nacionais, 33 governos subnacionais e 44 companhias. O anúncio foi feito num evento oficial, como parte de uma série de eventos da Coligação de Transição de Energia da ONU, hospedada pelas missões da Dinamarca e da Etiópia na ONU, um ano após a Conferência da Ação Climática da ONU.
Um esforço global para ‘desligar’ o carvão
Com o Peru como primeiro membro sul-americano e novos subscritores de governos subnacionais na Coreia do Sul, a PPCA alarga assim a sua diversidade geográfica, mostrando como a sustentabilidade está a marcar a agenda em todo o mundo. Segundo a EDP, os novos membros vão trabalhar em conjunto com a aliança para preparar o caminho para uma eliminação mais rápida do carvão, especialmente na América do Sul e na Coreia do Sul. Isso inclui “diversas organizações dos setores público e privado”, demonstrando o “compromisso da aliança em envolver todos os participantes essenciais necessários para acabar com as emissões da energia a carvão”, refere a EDP.
Em nome dos co-presidentes da aliança (Reino Unido e Canadá), o ministro do Ambiente e das Mudanças Climáticas do Canadá, Jonathan Wilkinson, aplaudiu as novas adesões. “O ministro Kwarteng e eu temos muito gosto em dar as boas-vindas aos novos membros da aliança. Ao aderir à PPCA, eles estão a demonstrar como os seus respetivos setores podem trabalhar para um futuro movido por uma energia mais limpa e sustentável. Eles estão a responder com determinação ao apelo do Secretário-Geral da ONU para reduzir a produção de carvão e parar a construção de novas centrais a carvão até 2020. É empolgante ver a aliança crescer enquanto lutamos por uma transição justa, equitativa e justa para fora da energia a carvão”.
Ao aderir à PPCA, os governos subnacionais de Seul, Gyeonggi, Kaohsiung, Taichung e Baden-Württemberg prometem acelerar a transição do carvão para a energia limpa, usando as medidas regulatórias disponíveis e trabalhando com os seus governos nacionais para impulsionar planos mais ambiciosos de eliminação da energia com origem no carvão.
Seul e Gyeonggi juntam-se à província de Chungcheong do Sul – um membro sul-coreano da PPCA desde 2018. Juntos, os três governos representam metade da população da República da Coreia, demonstrando o apoio crescente da eliminação do carvão no país. Ao aderir à aliança, eles marcam a sua oposição ao investimento contínuo do governo central na energia do carvão no país e no exterior. A PPCA está pronta para apoiar a República da Coreia na transição energética, inclusive ajudando a transformar a proposta do novo Acordo Coreano em políticas concretas para acabar com o financiamento de projetos de energia a carvão num futuro próximo.
O Peru é o primeiro membro da PPCA na América do Sul. Com o compromisso de se tornar livre de carvão até 2022, o Peru está bem posicionado para dar o exemplo ao resto do continente, onde vários países, incluindo o Chile, o Brasil e a Colômbia, ainda contam com capacidade significativa de produção de energia a partir do carvão – ou, no caso do Brasil e da Colômbia, até planeiem expandi-la.