#EconomiaCircular: “Nescafé Plan” torna o cultivo e a produção de café ainda mais sustentáveis

A Economia Circular está, hoje, subjacente em muitas empresas. Produtos sustentáveis, amigos do ambiente e com um ciclo de vida longo são, cada vez mais, uma opção. Há também quem ponha em prática estes conceitos e desenvolva os seus próprios produtos. Com o objetivo de dar “voz” a projetos de cariz sustentável, a Ambiente Magazine irá, todas as semanas, apresentar algumas iniciativas aos nossos leitores e dar a conhecer o que se faz em Portugal nesta área. Esta semana, partilhamos o projeto “Nescafé Plan”.

Lançado há 10 anos, trata-se de um “programa de sustentabilidade” que visa tornar “o cultivo e a produção de café ainda mais sustentáveis”, melhorando a “qualidade de vida dos agricultores” e “contribuindo para o desenvolvimento económico das suas comunidades”. Quem o diz é Madalena Barahona, gerente de projetos da Nescafé, que explica que o lançamento do “Nescafé Plan” marca o início de uma “estratégia de sustentabilidade ainda mais vincada” com “um elevado compromisso” para com os parceiros: “Temos uma grande responsabilidade, não só em oferecer um café com sabor único e de elevada qualidade, mas também em investirmos na forma como esse café é produzido, partilhando valor com os agricultores e as suas comunidades”.

Sobre as vantagens deste projeto, a responsável destaca, desde logo, “o aumento das colheitas de café” através de “programas de renovação das plantas cafeeiras” e da “formação dos agricultores em boas práticas de colheita do café”, contribuindo para uma “otimização de custos, café de qualidade superior e uma maior produtividade”. Também, a “formação de centenas de milhares de cafeicultores” que beneficiaram dos programas da marca, transformando-os em “agri-empreendedores” é uma vantagem: “Ajudamos os agricultores a serem mais resilientes e com melhores resultados, traduzindo-se numa melhoria das suas condições de vida e desenvolvimento económico das suas comunidades”. Ainda dentro das mais-valias do projeto, destaque para o “desenvolvimento de programas de gestão de recursos” como a “água”, o “solo” e “todo o ecossistema envolvente” contribuindo para a “utilização de práticas sustentáveis nos campos de cultivo”, garantindo assim o “futuro do café”, refere.

Até à data, o balanço do projeto não podia ser mais positivo. Ao abrigo do “Nescafé Plan” a marca já conseguiu melhorias em três áreas distintas: cultivo responsável, melhores condições para os cafeicultores e redução da pegada ecológica. Quanto ao “cultivo responsável”, Madalena Barahona explica que a Nescafé trabalha com “organizações independentes” que têm a preocupação de verificar no terreno as “práticas agrícolas em relação aos padrões de sustentabilidade”, contribuindo para uma “avaliação imparcial e objetiva”, garantindo também “maior transparência e rastreabilidade em relação à sua origem”. Até ao dia de hoje, “75% do nosso café é de origem responsável”, sustenta. Relativamente às “melhores condições para os cafeicultores”, a gerente de projetos afirma que, os “programas de formação e apoio” têm sido capazes de “dotar os agricultores com maiores conhecimentos de gestão” e, também, contribuído para “melhores condições de cultivo”. Desde 2010, a Nescafé, conseguiu “oferecer mais de 900 mil formações a agricultores, distribuir 235 milhões de plântulas de café e lançar 15 novas variedades de café: 10 de Arábica e 5 de Robusta”, refere. Já na “redução da pegada ecológica”, a empresa tem feito “grandes investimentos”, seja nas “fábricas” ou nos “campos de cultivo”, promovendo, de igual forma, a “biodiversidade” e trabalhando em conjunto com a “natureza”. Os resultados são a prova disso: “Reduzimos as emissões de carbono em 46% vs. 2010 (por cada tonelada produzida) e reduzimos a utilização de água em 53% vs. 2010 (por cada tonelada produzida)”, destaca.

[blockquote style=”2″]Existe cada vez mais uma maior consciência para as práticas agrícolas mais sustentáveis[/blockquote]

Quanto ao futuro, a visão continua a ser a mesma: “proteger as florestas, garantir aos agricultores meios de subsistência sustentáveis, promover os direitos humanos e desenvolver um negócio circular”. Ao fim de 10 anos de impacto positivo é objetivo da empresa conseguir que “100% do café” seja proveniente de “origens responsáveis até 2025”, ter “embalagens 100% recicláveis ou reutilizáveis até 2025” e “contribuir para atingir a neutralidade carbónica até 2050”. Isto, sempre com uma “grande proximidade” com os stakeholders: “Vamos continuar a trabalhar com parceiros como a Rainforest Alliance e 4C Services para monitorizar os nossos resultados à medida que avançamos, medindo o impacto das nossas ações e dando a conhecer os nossos progressos de uma forma transparente”, afirma.

Naquilo que diz respeito à “experiência da Nestlé” e no “relacionamento” que tem com os fornecedores, quando se fala em “agricultura sustentável de café”, Madalena Barahona explica que o trabalho que fazem é com “agricultores produtores de cafés” de países que são produtores da matéria-prima, nomeadamente em regiões como América Latina, África e Ásia, pelo que, afirma, Portugal “não tem condições climatéricas ou de solo para produzir” a matéria-prima. Assim, como parte da jornada científica que a Nestlé está a levar a cabo, a gestora refere que estão a “implementar soluções baseadas na natureza”, incluindo “práticas agrícolas regenerativas”, o “cultivo intercalar” e a “renovação de plantações com variedades de café melhoradas para reduzir as emissões de carbono na cadeia de fornecimento” de Nescafé. Além disso, acrescenta a responsável, realizaram também “programas de plantação de árvores” para “remover carbono da atmosfera”, além de todas as iniciativas que desenvolve nas fábricas com vista à “redução das emissões de carbono”. Muitas destas práticas agrícolas aplicadas à “produção de café” são, segundo Madalena Barahona, “válidas para a produção de outras matérias-primas e noutras geografias”. Para a responsável, Portugal não é “exceção”, acreditando que “existe cada vez mais uma maior consciência para as práticas agrícolas mais sustentáveis e com menor consumo de água”.

Questionada sobre como é que a agricultura pode ajudar a mitigar os efeitos das alterações climáticas, a gestora de projetos acredita que uma das soluções passa por “melhorar as práticas agrícolas”, tornando-as “mais naturais nos seus ciclos de produção” e “nos mecanismos de enriquecimento dos solos”, utilizando “plantas de melhor qualidade e mais eficientes”, plantando também “mais árvores em torno das zonas de envolvência de campos agrícolas”. Por um lado, “estamos a promover menores emissões diretas das práticas agrícolas e com melhores rendimentos para os agricultores” e, por outro, “estamos a ajudar a uma maior captação de carbono da atmosfera”, declara.

Qual é o cenário para os próximos 30 anos?

Nos próximos anos iremos concentrar-nos em duas áreas de impacto principais. A primeira assenta em construir uma cadeia de abastecimento de café inclusiva, trabalhando para conseguir um rendimento vital para os cafeicultores e melhorar as condições sociais nas comunidades onde vivem, bem como fortalecer os nossos programas sociais com foco nos direitos dos trabalhadores, na proteção infantil e na igualdade de género. A segunda foca-se em atingir a neutralidade carbónica em toda a cadeia de valor de Nescafé, através do reforço de práticas agrícolas regenerativas, incluindo a plantação de árvores nas regiões de cultivo de café e ao seu redor, e também na redução de emissões nas fábricas onde produzimos o Nescafé.