E-REDES quer ser um acelerador na concretização da transição energética

A E-REDES, enquanto operador da rede de distribuição, tem procurado estar na linha da frente da transformação, sendo um facilitador da promoção da transição energética. Essa transição não acontece sem redes seguras, resilientes, eficientes e inteligentes, que permitam acelerar a descarbonização do setor energético e apoiar os diversos agentes no uso eficaz dos recursos energéticos. Exemplo deste compromisso é o facto de, neste momento, 75% da produção renovável estar ligada à rede de distribuição.

Para dar resposta aos desafios colocados pela transição energética, a empresa tem uma estratégia bem definida, algo que está patente num “roadmap” de evolução tecnológica e de inovação, que organiza esta ambição em objetivos de visão estratégica e domínios de negócio, estabelece metas claras e prioridades em termos de novas iniciativas e tem um modelo de governança próprio, que inclui uma representação das áreas da empresa ligadas à gestão das parcerias tecnológicas e académicas. A transição energética já é uma realidade no presente e a E-REDES está focada em tudo fazer, em conjunto com os seus parceiros de negócio, para assegurar, no que lhe compete, o sucesso da transição energética no nosso país.

Relativamente aos vários projetos em carteira, um dos mais importantes da empresa é a substituição dos contadores tradicionais por contadores inteligentes, uma operação logística de grande envergadura. No âmbito deste projeto, a E-REDES instala cerca de 15 mil contadores por semana, tendo-se atingindo a marca dos 6 milhões de contadores inteligentes em funcionamento no final de 2022. O compromisso é garantir a cobertura nacional a 100% até 2024, com vantagens para o cliente como o registo automático do consumo energético, o fim das estimativas ou a possibilidade de solicitar alterações contratuais à distância. Adicionalmente, para aumentar a qualidade de serviço, a empresa tem vindo a utilizar de forma muito intensa as ferramentas digitais que permitem uma maior eficiência, melhorar a relação com os clientes e assegurar que as diferentes tarefas se realizem de forma mais confortável e segura.

Evoluções profundas na rede nacional elétrica

As redes de distribuição têm sofrido uma evolução profunda, sobretudo ao nível do planeamento, da evolução dos ativos que as constituem e da inteligência da automação com que são exploradas. A renovação tecnológica, a par da introdução de ativos de rede mais fiáveis e com elevados níveis de sensorização, tem permitido a implementação de alarmísticas e uma maior agilidade na resolução de incidentes, uma aposta que deve ser mantida.

A esmagadora maioria destas evoluções das redes tem ocorrido nos níveis de tensão mais elevados. O novo paradigma colocado pela transição energética, em que se prevê, por exemplo, a massificação de produção distribuída, o crescimento acelerado da mobilidade elétrica e novas formas de interação dos consumidores com a rede, trará a necessidade de replicar e adaptar parte das estratégias bem-sucedidas de comando e controlo às redes de baixa tensão.

Esta é uma realidade que também traz outros desafios: a capacidade de recolher e processar milhões de dados e a cibersegurança de toda a infraestrutura, além da adoção de ferramentas de trabalho para a execução de tarefas repetitivas, como são os RPA e os assistentes virtuais.

Com a desejada transição energética, as redes terão de se tornar cada vez mais inteligentes e resilientes para garantir a fiabilidade do fornecimento de eletricidade, numa sociedade cada vez mais descarbonizada e eletrificada. É com esse propósito que a E-REDES está a adotar a rede elétrica de equipamentos mais inteligentes, capazes de otimizar as operações e a gestão da energia.

No domínio da eficiência energética, o foco assenta em fomentar a integração da infraestrutura de carregamento de veículos elétricos, onde já se testam casos de uso de carregadores inteligentes e vehicle to grid, com a E-REDES a registar 40 mil novas ligações à rede de pontos de carregamento de acesso público e privados desde 2018. No âmbito da integração da produção renovável, o compromisso até 2025 é o de alcançar cerca de 80 mil novas ligações de Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC), 205 novas ligações de Produção em Regime Especial (PRE) e Unidades de Pequena Produção (UPP). Quanto à redução de emissões de dióxido de carbono, prevê-se a emissão de menos 172mil toneladas de CO2 até 2025, graças à instalação de LED na iluminação pública.

Partilha de informação de forma aberta e transparente

A transição energética pressupõe um aumento exponencial do volume de informação das redes de distribuição. Este aumento é proveniente da instalação dos contadores inteligentes e de todos os novos ativos de sensorização e monitorização, além da analítica avançada que a E-REDES está a implementar nas suas operações diárias.

A realidade é que, diariamente, a E-REDES recolhe cerca de 400 milhões de dados, o que altera o paradigma de uma empresa que esteve, durante muitos anos, focada exclusivamente nos temas da eletricidade e em que a sua matéria-prima eram eletrões numa empresa com cada vez mais dados.

Com a escalada da rede inteligente, há uma produção cada vez maior de dados a cada 15 minutos, o que pode permitir que os consumidores tomem decisões mais fundamentadas, inteligentes e que contribuam para uma sociedade mais eficiente na utilização da energia. Este facto levou a E-REDES a criar o portal Open Data, lançado no final de 2022, cujo objetivo é disponibilizar os dados a todos os portugueses, sejam os cidadãos, academia, empresas ou os municípios. Na prática, a disponibilização gratuita destes dados é uma grande aposta na capacidade de tirar partido desta informação para que sirva os portugueses e a sociedade.

Este sentido de abertura da E-REDES não se cinge apenas pelos dados, pois há uma grande preocupação de abertura ao exterior, trabalhando de perto com várias entidades, como os municípios ou as agências de energia, no sentido de prestar um contributo para a transição energética e de ser um facilitador junto das autarquias, dos clientes, dos produtores e dos autoprodutores.

Aposta centrada na digitalização, analítica avançada e sensorização

A E-REDES tem em curso diversos projetos-chave para a materialização da transição energética em Portugal, apostando fortemente na digitalização, na analítica avançada e na sensorização.

Há, no entanto, três projetos que se destacam:

  • FIRMe – Flexibilidade Integrada em Regime de Mercado: piloto para promoção de mercado de flexibilidade local, com recurso a uma plataforma de trading de flexibilidade desenvolvida pela empresa britânica Piclo. Neste projeto, pretende-se que os consumidores (indústrias, empresas ou grupos de habitações) tenham um papel mais ativo, por exemplo, consumindo menos eletricidade num determinado período predefinido e, em troca, recebam um valor pela disponibilidade que apresentam. O primeiro leilão será realizado no verão de 2023, sendo que o registo para participação na plataforma “Piclo flex” já está a decorrer, existindo atualmente oito zonas de Portugal com necessidades mais urgentes.
  • ADMS – Advanced Distribution Management System: projeto que visa dotar a E-REDES de uma gestão mais ativa do sistema de distribuição elétrica, através da remodelação e atualização do sistema de operação da rede, para que sejam endereçadas as necessidades da transição energética, nomeadamente, a gestão integrada e em tempo real da alta, média e baixa tensão.
  • LV Control: projeto que visa dar resposta aos desafios da gestão e monitorização da rede de baixa tensão, através de adaptações necessárias às redes inteligentes, bem como a instalação de monitorização e sensorização.

Inovação e investimento

O ano de 2023 será certamente de continuação da tendência recente de aceleração da transição energética, com reflexo no crescimento de aspetos como a produção renovável, autoconsumo, comunidades locais de energia e mobilidade elétrica. A E-REDES continuará a inovar e investir na rede para viabilizar estes desenvolvimentos e dar resposta aos desafios que se colocam.

Este artigo foi incluído na edição 99 da Ambiente Magazine