As 11 concessionárias da EGF (Environment Global Facilities) lançaram, esta quarta-feira, a maior campanha de sensibilização ambiental alguma vez desenvolvida em Portugal com fundos europeus. Com um investimento de mais de um milhão de euros, o movimento “O Futuro do Planeta não é Reciclável” apela à prevenção, reutilização e reciclagem de resíduos urbanos.
A sessão de apresentação contou com a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, que olha para esta campanha como uma das “várias peças fundamentais na comunicação que tem de ser levada a cabo por entidades públicas, privados e pelos cidadãos”. Para a responsável, não se trata apenas de falar do “desempenho” e da “responsabilidade” de cada um mas passa também por “valorizar as funções dos trabalhadores dos serviços essenciais de ambiente”, incluindo os resíduos, a água e o saneamento. E a razão é clara: “Para garantir a primeira linha de combate à Covid-19, a higiene, é preciso que não falte água e é preciso recolher resíduos”. Com este exemplo, a secretária de Estado do Ambiente considera “penoso constatar que há ainda quem ache que mais vale comprar máscaras descartáveis ou que, na falta de caixote à vista, deitar para o chão é a melhor opção”.
Nessa perspetiva, Inês dos Santos Costa revela uma outra campanha de comunicação virada para o “público escolar e universitário”, que está em fase de conclusão e que conta com o apoio do Fundo Ambiental, e que se centra no “uso de máscaras reutilizáveis”, algo que a responsável considera que deva ser uma “missão de todos os portugueses”. Algo que também urge ser comunicado é a redução de resíduos, “valores esses que não param de subir, sobretudo os orgânicos e a sua separação e valorização”, pelo que os municípios devem ser apoiados com materiais de informação adaptáveis a cada região.
Relativamente à responsabilidade, a secretária de Estado reconhece a “dissonância” entre “aquilo que o cidadão diz que quer” e “aquilo que ele faz”, dando como exemplo o uso de máscaras descartáveis quando não é necessária. Mas, do ponto de vista de Inês dos Santos Costa, “não é o consumidor que decide se uma embalagem é reciclável ou não ou que decide colocar caixas de máscaras descartáveis à venda”. Para a secretária de Estado do Ambiente, o “consumidor não é informado ou sensibilizado de forma direta ou indireta sobre a reciclabilidade do produto que compra ou encorajado a considerar outras opções”.
Assim, “não basta dizer que o consumidor não é educado, informado ou consciente” pois “é difícil querer e ser verde quando a esmagadora maioria das opções ainda são cinzentas”. Questões como qualidade ambiental, menos resíduos, menos aterros e mais reciclagem estão dependentes do Governo, entidades, empresas ou municípios: “Todos têm de fazer a sua parte. Não precisa de ser perfeito: basta fazer”, remata.