A Dourogás nasceu há 27 anos, com o desenvolvimento de uma rede de distribuição de gás natural no interior norte do país e que potenciou o desenvolvimento de um conjunto de municípios que não tinham sido incluídos na rede nacional. Esta oportunidade, de acordo com Nuno Moreira, CEO da Dourogás, veio a moldar um grupo que foi introduzindo “inovação e dinamismo no setor energético nacional”, com destaque para a “comercialização”, onde teve “relevante importância na construção do mercado liberalizado” e, posteriormente, na “introdução do gás natural veicular (GNC/GNL)”, sendo hoje o “maior operador nacional neste setor”. Atualmente, o Grupo Dourogás está muito empenhado na produção de gases renováveis, tendo já em funcionamento a “primeira unidade de produção de bio metano” no Norte do país” e “em desenvolvimento diversos projetos de produção de hidrogénio para a mobilidade e indústria”, acrescenta.
“Desenvolver soluções de energia sustentável comprometidas com a inovação a partir de gás renovável” é a grande missão da empresa. Assim, a Dourogás está focada em melhorar a distribuição, adaptando as suas redes às exigências das políticas de descarbonização e tornando-as inteligentes. Além disso, tem alargado a sua rede de postos de abastecimento de gás natural veicular (GNV), estando em curso o upgrade e adaptação destes postos para o para postos de hidrogénio e outros gases renováveis (Bio-GNV): “Destacamos o projeto Move2LowC – Combustíveis de Base Biológica, consórcio do qual a Dourogás faz parte e que como objetivo a produção de bio metano a partir de CO2 atmosférico e de hidrogénio por eletrólise da água”, exemplifica. No gás renovável, a empresa tem apostado no desenvolvimento de mais projetos de produção de bio metano e hidrogénio, tendo como ambição tornar o Grupo num dos mais importantes no setor do hidrogénio verde.
Aliás, a prioridade do grupo está mesmo no hidrogénio e no bio metano: “Queremos continuar a concentrar os esforços de investigação para nos tornarmos uma referência nacional neste setor”.
[blockquote style=”2″]O hidrogénio é um vetor estratégico e sustentável que pode funcionar como facilitador para a transição energética[/blockquote]
Sendo os gases renováveis a prioridade da Dourogás, o hidrogénio também o é: “A tendência global aponta no sentido de que este será um dos combustíveis do futuro”. A empresa defende uma “agenda estruturada” para os gases renováveis, com “compromissos claros e objetivos”, para reforçar a “investigação e desenvolvimento. Um planeamento atempado proporciona “maior segurança e estabilidade na realização de investimentos e de projetos de longo prazo”, sustenta.
Apostar numa fonte de “energia diferenciada”, ainda que consenso científico, implica um “grande empenho por parte dos players da indústria”. A Dourogás tem concentrado o investimento no setor da mobilidade, até porque esta área apresenta um “maior potencial para descarbonizar o presente e de gerar valor” na “redução do impacto ambiental” e na “capacidade de expansão da tecnologia”.
A transição energética é uma necessidade urgente e um desígnio cada vez mais global: “A nossa convicção é a de que o hidrogénio é um vetor estratégico e sustentável que pode funcionar como facilitador para a transição energética”, defende Nuno Moreira, acrescentando que este combustível “será o parceiro principal nos desafios que se colocam às fontes renováveis”. Por outro lado, a “descarbonização progressiva” do setor dos transportes poderá também ser conseguida com a “introdução do hidrogénio, em complemento com a eletricidade e os biocombustíveis avançados”, remata.
*Este artigo foi publicado na edição 88 da Ambiente Magazine.