Dois britangos terão morrido vítimas de envenenamento no Douro Internacional
Dois cadáveres de britango, ou abutre-do-egito, foram encontrados no ninho em pleno Parque Natural do Douro Internacional. As análises aos restos mortais destas aves indicam que foram vítimas de envenenamento. As aves foram recolhidas no âmbito do projeto Life Rupis, que trabalha para proteger águias e abutres ameaçados no Douro internacional.
“O uso ilegal ou negligente de venenos é uma das maiores ameaças para muitas espécies protegidas em Portugal e Espanha. E não são só os animais selvagens que correm perigo: os venenos que matam abutres também são um perigo para animais domésticos e para as pessoas,” diz Joaquim Teodósio, da SPEA, coordenador do projeto Life Rupis. “Para além de casos em que as vítimas foram espécies selvagens ameaçadas, no Life Rupis estamos a acompanhar situações em que morreram ovelhas ou cães de habitantes locais, por exemplo.”
Os britangos agora encontrados no Douro foram recolhidos por elementos do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), com o apoio da empresa Oriolus e do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR. Segundo as análises realizadas aos seus restos mortais, estas aves terão morrido por ingerir um veneno ilegal, o carbofurano. Esta substância terá provavelmente sido colocada em iscos espalhados no terreno com o intuito de matar animais selvagens ou assilvestrados, como de resto terá possivelmente acontecido noutros casos acompanhados pelo projeto. Para além destas situações de uso propositado de venenos ilegais, o projeto está a acompanhar também casos em que – intencionalmente ou por negligência – as mortes foram causadas por pesticidas e outros produtos tóxicos utilizados na agricultura.