Disponibilidades hídricas nas albufeiras inferiores à dos anos anteriores, com poucas exceções
As disponibilidades hídricas armazenadas em albufeiras a 31 de outubro apresentavam-se inferiores às médias de armazenamento em outubro, com exceção das bacias do Cávado, Douro, Tejo e Arade, revelou esta segunda-feira, uma nota do Ministério do Ambiente, à qual a Lusa teve acesso.
O mesmo ministério refere, contudo, que o número de albufeiras com disponibilidades hídricas superiores a 80%, relativamente ao mês anterior (setembro), subiu ligeiramente e o número de albufeiras com disponibilidades inferiores a 40% do volume total aumentou ligeiramente.
A nota ministerial, segundo a Lusa, assinala também que o final do mês de outubro marca o início do ano hidrológico 2020/2021 e constata que a tempestade “Bárbara” teve um efeito, em termos de aumento das disponibilidades armazenadas, “muito ténue”. O mês de outubro é, assim, o primeiro mês do novo ano hidrológico.
A nota do Ministério do Ambiente indica ainda que, em 31 outubro passado, e comparativamente ao último dia do mês anterior verificou-se uma subida no volume armazenado em duas bacias hidrográficas monitorizadas (Ave e Sado) e uma descida em 10 outras.
“Das 60 albufeiras monitorizadas sete apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 20 têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total”, refere a mesma nota.
Tendo em conta que os armazenamentos em outubro de 2020 por bacia hidrográfica serem inferiores às médias de armazenamento de outubro (1990/91 a 2019/20), exceto para as bacias do Cávado, Douro, Tejo e Arade, e pela relevância que assume na gestão dos recursos hídricos em Portugal, o ministério expõe as “disponibilidades hídricas a 27 outubro passado”, armazenadas nas albufeiras na parte espanhola das bacias hidrográficas.
Assim nas bacias hidrográficas do Minho e Lima Espanha era de 53,3% (em setembro era de 58,1%), enquanto na bacia hidrográfica do Douro Espanha era de 59,3% (em setembro era de 61,6%). Simultaneamente, na bacia hidrográfica do Tejo Espanha era de 47,1% (em setembro era de 46,5%) e na bacia hidrográfica do Guadiana Espanha era de 30,5% (em setembro era de 31,1%). “Verificou-se uma descida dos volumes totais armazenados em todas as bacias, com exceção da bacia do Tejo onde se registou um ligeiro aumento. Os valores mais baixos são na bacia do Guadiana, com volumes totais armazenados muito preocupantes”, indica o Ministério do Ambiente e da Ação Climática.
Segundo os dados divulgados, as albufeiras avaliadas em 31 de outubro último que apresentam volumes totais inferiores a 40%, correspondendo a cerca de 33% do universo das albufeiras avaliadas, eram duas na bacia do Douro (Foz Tua [29%] e Serra Serrada [36%]uma na bacia do Mondego (Lagoacho [39%]), duas na bacia do Tejo (Divor [11%] e Minutos [29%]) e oito na bacia do Sado: Monte da Rocha [9%], Campilhas [7%], Fonte Serne [26%], Roxo [23%], Monte Gato [10%], Monte Miguéis [13%], Pego do Altar [36%], Odivelas [32%].
Na mesma situação, estavam quatro albufeiras na bacia do Guadiana (Vigia [18%], Beliche [25%], Caia [28%]e Odeleite [32%], uma na bacia do Mira (Corte Brique [36%]), uma na bacia do Barlavento (Bravura [13%]) e uma na bacia do Arade (Arade [25%]).
Os volumes totais armazenados nas albufeiras do Funcho eram de 55% e Odelouca de 53%.