Foi apresentado, esta sexta-feira, numa sessão digital, o Plano de Ação para a Transformação Digital da Águas do Norte (AdN). O plano para o próximo triénio representa um investimento global na ordem dos três milhões de euros, permitindo à empresa alcançar importantes objetivos.
Na sessão de encerramento, João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, dirigiu uma mensagem de agradecimento de todos os trabalhadores do setor da Água que, durante o período mais quente da pandemia, nunca falharam: “Foi uma aprendizagem e só eles sabem aquilo que passaram para que nunca estivesse em causa a qualidade do serviço da água”. E, claramente, todo este trabalho é resultado da “ação do Conselho de Administração”, mas também do “empenhamento dos trabalhadores”, bem como dos “avanços de alguns sistemas tecnológicos” que permitiram que a “gestão de toda a empresa e sistemas físicos pudessem funcionar sempre bem”, principalmente numa empresa que se “espreguiça num território tão alargado” e que “serve grandes e pequenos aglomerados” como é o caso da AdN.
Para Matos Fernandes, esta é uma fase de “consolidação” da viragem e, projetos como estes, “não podiam ser mais bem pensados e servir de exemplo” daquilo que é o processo de transformação numa Europa que, de forma declarada, aposta na transição verde e digital: “Projetos integrados na melhoria dos sistemas ambientais, na qualidade do produto água, na melhoria das qualidade de massa de água a jusante, são projetos que se enquadram na transição verde”, afirma. E tudo aquilo que for “robustecer” a gestão destes mesmo sistemas com “ferramentas tecnológicas avançadas” insere-se na transição digital: “Este projeto têm, assim, algo de pioneiro, onde alguém responsável pela gestão das Águas do Norte reconheceu que este era o caminho”.
Do conjunto de utilities que existem, talvez o ciclo urbano da água parece ser aquele que “mais tarde” vai beneficiar da digitalização: “Havia uma perceção que isto da água e do esgoto eram coisas de valas abertas, lamas e botas cardadas. Mas, de facto, isto não é assim e, cada vez mais, não será assim”, reitera. Contudo, o ministro do Ambiente reconhece que o setor da Água se confronta com “muitos problemas ambientais”, especialmente nos sistemas em baixa, e com as performances dos sistemas: “Temos que gerir bem os ativos físicos e temos que introduzir a inteligência para reduzir bastante estes problemas”. Nestas matérias, o chefe da pasta do Ambiente não tem dúvidas de que “a digitalização vai permitir a utilização de mecanismos e ferramentas de inteligência artificial” para, por exemplo, “ajudar a reduzir as perdas de água” ou a “localizar onde a obra tem que ser feita”. Quem gere um sistema tão “alargado no território” e com “realidade de bases distintas”, confronta-se com “equipamento com idades diferentes, dimensões diferentes ou tecnologias diferentes”, pelo que, “têm mesmo que encontrar na informação uma ferramenta essencial para a boa gestão”, sustenta.
Como nota final, Matos Fernandes deixa uma mensagem à AdN: “Gerir água mais gerir informação é o escopo do vosso trabalho e a certeza de que, continuando assim, teremos sistema mais eficientes”.