No âmbito das celebrações do Dia da Terra que se assinalou a 22 de abril, a Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) promoveu uma reunião virtual com a equipa dos corpos sociais, colaboradores e coordenadores de projetos para poder refletir e questionar, em conjunto, sobre o papel da associação nos tempos pós confinamento e nos tempos pós-crise .
Em comunicado, Joaquim Ramos Pinto, presidente da ASPEA, considera importante “pensarmos nos desafios que temos pela frente em cada área de trabalho, em cada projeto, em cada núcleo, de forma a que a direção possa rever o seu Plano de Atividades 2020 e repensar o Plano 2021”.
A ASPEA acredita que a Carta da Terra pode ajudar nos tempos difíceis que se aproximam, a definir caminhos em torno da gestão da nossa casa comum com responsabilidade ambiental e justiça social: “Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre numa casa comum e com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça económica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos a nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações”, refere o preâmbulo da Carta da Terra.
Este é um momento, como reafirma a Carta da Terra, de “repensar o nosso padrão de vida baseado no consumo exacerbado e excedentário, das sociedades que evoluíram para o cansaço do individualismo e egoísmo social, da velocidade de disseminação de literatura e artigos falsos com o intuito de fomentar conflitos políticos e geopolíticas, rompendo com os valores da solidariedade, da defesa do bem comum, da compreensão e respeito pela diversidade da vida.
Joaquim Ramos Pinto, reforça que “chegou a altura de pensar e atuar “em” e “no” coletivo. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, paradigmas e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir os nossos impactes ambientais. O surgimento de uma sociedade civil global está a criar novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano”.
No mesmo comunicado, a direção da ASPEA deseja a todos os associados, parceiros, colaboradores, coordenadores de projetos e dos núcleos, força e energia para ultrapassarem este período de confinamento e que num futuro próximo “possamos, coletivamente, ajudar a recuperar as dinâmicas” dos projetos e atividades de Educação Ambiental em que todos estão implicados e no “reforço das políticas ambientais e sociais de âmbito local e nacional”.