São muitas as comunidades escolares que, esta quinta-feira, 19 de maio, Dia da Escola Azul, se juntam para fazer uma Corrente do Oceano. Trata-se de uma iniciativa que, todos os anos, desafia cada Escola Azul participante a criar um cordão humano pelo Oceano junto ao mar ou, se não for possível, junto a um local que seja simbólico para a comunidade.
Lançada pelo programa Escola Azul, um programa educativo de Literacia do Oceano do Ministério da Economia e Mar, a iniciativa Corrente do Oceano tem como objetivo criar um “grande movimento azul”, onde “milhares de jovens de todo o país estão, ao mesmo tempo, mobilizados e unidos pelo Oceano: “Hoje, a rede Escola Azul inclui mais de 320 escolas e de 110 entidades parceiras e vemos esta iniciativa também como uma oportunidade de agregar toda esta comunidade”, refere fonte da organização, em declarações à Ambiente Magazine. Esta iniciativa reveste-se ainda de mais importância pelo contexto adverso que o mundo se encontra: “Sabemos que muitas escolas participantes vão aproveitar o seu cordão humano para fazer também um apelo à paz, tendo em conta o cenário de guerra que se vive na Ucrânia. É uma ação que faz todo o sentido se pensarmos que a preservação do Oceano e da Paz contribuem a vários níveis para o bem-estar do Planeta”.
Apesar da iniciativa se materializar por volta das 11h30, através da concretização de múltiplos cordões humanos, haverão também outras ações promovidas ao longo do dia: “Várias escolas aproveitam (o Dia da Escola Azul) para realizar atividades lúdicas, desportivas ou de limpeza de praia que antecedem o cordão humano”. Mas, não são apenas as escolas as participantes desta ação: “Em muitos casos, contamos com a partição de Municípios”. De entre os municípios aderentes da Escola Azul, destacam-se “Matosinhos, Olhão, Faro, Peniche, Sesimbra, Setúbal e Lagos” estando a “assegurar a organização das respetivas Correntes do Oceano envolvendo escolas e comunidades locais”, explica.
Aberta a todos os que queiram participar a iniciativa Corrente do Oceano é transversal, podendo e devendo ser alargada a mais participantes, nomeadamente das comunidades locais: “Muitos dos cordões humanos que estão a ser preparados envolvem outras entidades que se uniram aos esforços das escolas e contarão com uma participação muito diversa: jovens, encarregados de educação, comunidades, atletas, seniores”. Em suma: “Trata-se de uma iniciativa totalmente inclusiva e aberta a toda a sociedade”, assegura a organização,
Enquanto contributo para a valorização do oceano, esta incitava é uma “forma simples de chamar a atenção” para a importância do Oceano e da sua sustentabilidade: “Será naturalmente um momento carregado de simbolismo, onde queremos mostrar que as gerações mais jovens em Portugal reconhecem a importância do Oceano e, mais do que isso, que estão empenhadas, que se mobilizam e que agem com respeito pelo Oceano, percebendo tanto aquilo que este nos dá como aquilo que é o nosso próprio impacto”. E esta iniciativa ganha ainda mais relevo com a Conferência dos Oceanos estar a um mês de ser realizada, contribuindo também para a “criação de ligações afetivas com o Oceano” que são experienciadas de uma maneira coletiva: “Consideramos que esta ação poderá ter um efeito positivo na forma como muitos destes jovens encaram a sua relação com o Oceano”.
[blockquote style=”1″]”Procuramos dar uma expressão literal ao que já fazemos: dar as mãos pelo Oceano”[/blockquote]
Ao nível de adesão à iniciativa, aponta-se para 80% das 321 escolas certificadas como Escola Azul: “Tanto teremos casos de cordões humanos verdadeiramente impressionantes, com participação esperada de mais de 1000 participantes, como teremos outros mais simbólicos. Mas, seja qual for a dimensão, entusiasmo não falta e o feedback que temos tido das escolas é muito positivo”.
Relativamente à prestação do país no que ao oceano diz respeito, a equipa que faz parte da Escola Azul acredita que o empenho de Portugal fica bem evidente com o lançamento da nova Estratégia Nacional para o Mar para a década e com o facto de acolher no final do mês a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, assumindo um papel de destaque internacional a nível da governação oceânica: “O mar representa obviamente um elemento de enorme potencial económico para o país e, também por isso, é preciso sabermos geri-lo de forma sustentável”.
Neste dia que se comemora a Escola Azul a mensagem centra-se, essencialmente, no Oceano: “Procuramos dar uma expressão literal ao que já fazemos: dar as mãos pelo Oceano. Para estas escolas, esperamos acima de tudo que se divirtam e que façam deste um dia inesquecível”.