Atualmente as indústrias já começam a ter como assunto prioritário a redução dos custos energéticos, disse ontem, dia 27, Carlos Almeida, diretor da Direção Geral da Energia e Geologia (DGEG), na IV Conferência Green Project Awards, com o tema“Eficiência Energética na Indústria – Novas Oportunidades”, realizada na Culturgest.
“Nos últimos anos temos visto que a tendência está a mudar. Hoje em dia as indústrias têm na agenda dos conselhos de administração a redução dos custos de energia e de eficiência energética e promovem junto dos seus trabalhadores a eficiência energética”, referiu Carlos Almeida no discurso de abertura do evento, em substituição do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, que não pôde comparecer.
De acordo com o diretor geral da DGEG, “há alguns anos atrás verificava-se que a eficiência energética na indústria era algo difícil”, até porque “não procuravam fazê-la”. Realçou que hoje em dia “uma entidade que queira fazer eficiência energética tem à sua disposição um leque alargado de ações que vão desde tomar medidas comportamentais fáceis de implementar, como proceder à substituição de equipamentos, melhoria de otimização de processos ou troca de fontes de energia”.
Reforçou, no entanto, a importância do “financiamento”, que “para as empresas pode ser um entrave, e é nessa medida que o Estado tem tido ao longo do tempo alguns dos instrumentos de apoio à eficiência energética, como o Portugal 2020 que tem uma maior dimensão com instrumentos comunitários”.
Neste sentido, evidenciou a importância da “monitorização dos investimentos, para perceber se as poupanças são aquelas que estavam na conjuntura”. “As indústrias têm que se mentalizar que é preciso monitorizar os investimentos feitos”, frisou.
Outro sinal de mudança, segundo Carlos Almeida, “tem sido a procura crescente no mercado de trabalho dos chamados empregos verdes, associados à eficiência energética”, como engenheiros com esta valência, empresas de auditoria e de montagens para auto-consumo. “É um mercado que hoje em dia está a crescer, está dinâmico e acredito que vai continuar a crescer bastante nos próximos anos”, referiu.
Terminou destacando que “este tipo de conferências são de extrema importância porque ajudam a sensibilizar o mercado, a criar mercado e a proporcionar eficiência energética”.