O desmatamento na Amazónia brasileira caiu 21% em um ano, segundo um relatório divulgado ontem pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazónia (Imazon). O relatório daquela organização não governamental mostrou que houve uma diminuição no desmatamento da Amazónia brasileira pela primeira vez em cinco anos.
Segundo o Imazon, entre agosto de 2016 e julho de 2017 o desmatamento total foi de 2.834 quilómetros quadrados, menos do que o registo entre 2015 e 2016, que foi de 3.580 quilómetros quadrados. Todos os estados brasileiros que compõem a Amazónia legal (Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondónia, Roraima, Tocantins e Amapá) registaram queda no desmatamento.
A Amazónia legal é uma área que engloba os Estados brasileiros pertencentes à Bacia amazónica e à área de ocorrência das vegetações amazónicas.
Apesar da redução de 21% na velocidade da destruição da floresta, o Imazon alertou que existem dois pontos de alerta importantes que precisam de ser avaliados. Em julho, último mês do calendário de desmatamento de 2017, o desmatamento apresentou valores semelhantes aos de julho de 2016 (544 quilómetros quadrados contra 539 quilómetros quadrados), ano em que a destruição da floresta amazónica cresceu 29%. “Isso é um ponto de alerta, pois entre julho e outubro é quando ocorre com maior frequência o desmatamento na região devido à menor incidência de chuvas”, considera a ONG.
Outro dado negativo diz respeito as áreas protegidas por lei, que ficaram em segundo lugar entre as categorias fundiárias que mais desmataram no período. Neste caso, o Imazon diz que “não houve aumento quando comparado com o período anterior, mas a persistência do número elevado de alertas de desmatamento em dois anos seguidos é um ponto de atenção”.
A monitorização do desmatamento na Amazónia brasileira feito pelo Imazon é um estudo paralelo aos dados oficiais do Governo, que são divulgados anualmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no segundo semestre.