Desde 1995, “as catástrofes meteorológicas provocaram a morte de 606 mil pessoas, em média 30 mil por ano, deixando mais de 4,1 mil milhões de feridos, desalojados ou a necessitar de ajuda de emergência”, revela o gabinete da Organização das Nações Unidas para a redução dos riscos de catástrofes (UNISDR), em relatório.
A grande maioria destas mortes (89%) ocorreu em países de fracos rendimentos e causou perdas financeiras avaliadas em 1,8 mil milhões de euros. Nesse sentido, Margareta Wahlstorm, diretora do UNISDR, na apresentação deste documento, salientou a “importância de um novo acordo sobre alterações climáticas” na conferência COP21 de Paris em dezembro. “A alteração climática, a variabilidade climática e os fenómenos meteorológicos constituem uma ameaça à erradicação da pobreza extrema” no mundo, explicou. A responsável pediu aos países que, entre outras medidas, “reduzam as emissões de gases com efeito de estufa, melhorem a urbanização dos seus territórios e impeçam a degradação do ambiente”.
De acordo com o relatório, que analisa apenas os últimos vinte anos, “as catástrofes climáticas são cada vez mais frequentes, sobretudo devido ao aumento consistente do número de inundações e tempestades”. É expetável que esta progressão continue “nas próximas décadas”, embora os cientistas ainda não tenham conseguido determinar em que medida o aumento destes fenómenos se deva às alterações climáticas, avisou a ONU.
As inundações representaram, por si só, 47% das catástrofes climáticas entre 1995 e 2015 e afetaram 2,3 mil milhões de pessoas, 95% das quais na Ásia. Apesar de menos frequentes que as inundações, as tempestades foram as catástrofes climáticas mais mortíferas, com 242 mil mortos. Ao todo, os Estados Unidos e a China registaram o maior número de catástrofes climáticas desde 1995, devido à dimensão territorial. Mas a China e a Índia dominam a classificação dos países mais atingidos em termos de população afetada. Seguem-se o Bangladesh, Filipinas, Tailândia. Na América, o Brasil é o país onde a população foi mais afetada e em África, o Quénia e a Etiópia.