A China vai ter de investir mais de 4,25 biliões de euros se quiser atingir a neutralidade nas emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2060, segundo um estudo publicado esta quarta-feira pela consultora especializada Wood Mackenzie.
De acordo com o relatório, ao qual a Lusa teve acesso, a soma corresponde à capacidade adicional de geração de energia de que a China precisará para generalizar o uso de eletricidade fornecida por fontes renováveis, em setores como o transporte, aquecimento ou indústria.
“É uma tarefa colossal para um país cujo fornecimento de energia assenta 90% em hidrocarbonetos, o que produz mais de 10.000 toneladas de CO2 anualmente e que, além disso, representa 28% do total das emissões globais”, apontou a diretora de Mercados e Transições na região da Ásia-Pacífico da Wood Mackenzie, Prakash Sharma.
Segundo as previsões feitas no relatório, as emissões de gases com efeito de estufa da China entrarão num período de “rápida redução”, após atingirem o pico – Pequim prometeu fazê-lo em 2030 – e atingirão o seu nível mais baixo em termos líquidos após 2050.
Mas, para cumprir com o objetivo estipulado por Pequim, o país terá de aumentar a capacidade de geração de energia solar e eólica – bem como a capacidade de armazenamento – para 5.040 gigawatts (GW), até 2050, o que significaria multiplicá-la por 11, em relação ao nível atual.
A energia gerada pela queima de carvão deve ser reduzida em metade – o que também forçaria uma “transição social”, devido à perda de postos de trabalho e ao impacto económico nas províncias que dependem da mineração.
O nível de consumo de gás deve ser mantido, apontou a consultora.