Os deputados da Comissão Parlamentar do Ambiente vão hoje ouvir os resultados de um inquérito global sobre clima, com Portugal, que concluiu que a maioria dos portugueses está muito preocupada com as alterações climáticas.
Portugal foi um dos 90 países abrangidos pela consulta pública sobre energia e clima, realizada em junho, com 100 participantes em cada Estado, com o objetivo de recolher opiniões e transmiti-las aos responsáveis políticos que estiveram na conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas. Esta conferência reuniu representantes de 195 países mais a União Europeia, em Paris, durante duas semanas, e terminou no sábado com um acordo global e vinculativo para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
A investigadora Luísa Schmidt, do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, foi a responsável pela organização da consulta em Portugal, e vai hoje apresentar os resultados na Assembleia da República, aos deputados da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação. Em Portugal, foram 120 os cidadãos participantes escolhidos pelo ICS, de acordo com critérios de representatividade da sociedade portuguesa em termos de regiões, idades, profissões, ‘status’ sociais e graus de educação.
Os resultados obtidos em Lisboa mostram que 56% dos portugueses estão “muito preocupados” com as alterações climáticas, 43% estão “preocupados” e apenas 1% disseram não ter qualquer preocupação com esta matéria. Cerca de 80% dos inquiridos em Portugal, ao contrário dos outros países, dizem “não sentir as alterações como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade para melhorar a qualidade de vida”. E, para cumprir esse objetivo, a grande medida, escolhida por 57% dos inquiridos, sugere que se devem dar subsídios às fontes de energia com baixa emissão de carbono, como as energias eólica, solar, de ondas do mar e geotérmica. Por outro lado, 32% sugerem que se deveriam cortar os subsídios aos combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão. Cerca de 60% reconhecem que as alterações climáticas não são uma prioridade, mas defendem que o deveriam ser, mesmo que outros países não assumam compromissos nesse sentido.