Ministros, presidentes e ativistas reúnem-se na quarta-feira e na quinta-feira em Oslo, Noruega, para a 6.ª conferência Our Ocean, centrada no impacto das alterações climáticas e outras agressões nos oceanos de que dependem centenas de milhões de pessoas, conta a Lusa.
O ministro indigitado de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, representa Portugal no painel de abertura, juntamente com o comissário europeu do Ambiente, Karmenu Vella, o enviado especial das Nações Unidas para os oceanos, Peter Thomson, a primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, e o ministro chileno da Ciência, Andrés Couve, para debater a “resposta global às ameaças ao oceano”.
Alterações climáticas, lixo marinho, sobrepesca, alimentação, economia marinha e outros temas dão o mote para dois dias de painéis onde pontuam figuras como o ex-responsável da diplomacia americana, John Kerry, tornado conferencista, o presidente do Senegal, Macky Sall, a exploradora Alexandra Cousteau (neta do lendário oceanógrafo Jacques Cousteau), bem como outros governantes, investigadores, empresários ou ativistas.
No manifesto da conferência pretende-se “assinalar a importância do conhecimento como base de ação e políticas para garantir a proteção do oceano, gestão responsável dos recursos marinhos e crescimento económico sustentável no futuro. A intenção é, pondo todos os participantes a interagir, “construir alianças entre governo, indústria, ciência e sociedade civil”.
As alterações climáticas estarão no centro da discussão, partindo de números já conhecidos segundos os quais o oceano absorveu 90 por cento do calor em excesso produzido pelos gases com efeito de estufa acumulados na atmosfera, bem como 30% do dióxido de carbono gerado pela atividade humana, o que “alterou padrões de produtividade e biodiversidade” e põe em risco a quantidade de peixe para consumo humano, bem como a segurança alimentar das populações que o consomem.
São mil milhões de pessoas, “principalmente em países em desenvolvimento” que dependem do que o mar dá para comer, bem como milhões que trabalham no setor da pesca, afetado pelo aumento da procura, poluição, degradação de ‘habitats’, pesca ilegal que constitui 15% de toda a pesca, e “crime organizado transnacional”.
A promoção de zonas marinhas protegidas é outro objetivo da conferência, cujos defensores apontam a sua importância no “uso sustentável de recursos e na proteção dos ecossistemas marinhos”. A conferência Our Ocean quer garantir compromissos para a criação destas áreas protegidas e dotá-las de “fundos suficientes, bem como capacidade técnica e científica”.