Custo da energia faz tremer portugueses que receiam não conseguir aquecer as casas no inverno
Mais de 20% da população vivia, em 2023, em lares sem capacidade financeira para garantir um aquecimento adequado. O tema da pobreza energética tem sido amplamente debatido e o estudo do Observador Cetelem dedicado à Renovação Energética da Habitação espelha a preocupação dos portugueses relativamente a este tema.
As conclusões revelam que 55% dos inquiridos temem não conseguir aquecer o alojamento de forma a mantê-lo a uma temperatura confortável e mais de metade dos arrendatários (64%), afirmam que o seu imóvel é mal aquecido.
Estes resultados não surpreendem quando 91% dos portugueses dizem que, no último ano, o valor que pagam pela energia aumentou e 1/3 considera o preço exagerado. Consequentemente, a maioria (53%) teme não conseguir pagar as faturas de energia, sendo a percentagem maior entre arrendatários (60%). Para reduzir o consumo de energia, muitos têm vindo a adotar ações simples de forma sistemática: 68% desligam luzes, 54% fecham persianas, 53% instalaram lâmpadas eficientes e 20% diminuem a temperatura do aquecimento. Contudo, a maioria reconhece que as medidas não têm sido suficientes.
67% dos inquiridos consideram igualmente que existe desperdício de energia devido, por exemplo, a mau isolamento e cerca de metade dos arrendatários apontam ao “peso” dos equipamentos antigos nas suas casas, enquanto 72% dos proprietários afirmam dispor de equipamentos recentes. Tendo em conta todas as circunstâncias, no total, 43% dos inquiridos consideram que existe margem para otimização do consumo e dos custos dedicados à energia.
O estudo evidenciou também que as questões ligadas à eficiência energética parecem suscitar algumas dúvidas entre os portugueses. Embora 66% assegurem que já ouviram falar das regulamentações que visam melhorar a eficiência energética dos alojamentos e edifícios, 47% dos proprietários desconhecem a classificação energética do alojamento no qual vivem.
Já quando questionados se consideram as suas casas ecológicas, apenas 13% confirma sem hesitações. Para 33% um alojamento ecológico consiste num imóvel aquecido exclusivamente com energias renováveis e para 20% num alojamento inteligente que permita reduzir o consumo de energia. 26% acreditam que a renovação energética das habitações é uma das formas de combater o aquecimento global e promover a transição ecológica.
Por fim, quando questionados sobre a capacidade de vender ou alugar o seu alojamento face às novas futuras normas energéticas, 1/3 dos proprietários revela ter receio das dificuldades.