Crise ambiental é o desafio mais avassalador do século XIX, revela inquérito
Os resultados de um inquérito do CEMS – a Aliança global de 34 Universidades e Escolas de Gestão, entre as melhores do mundo, da qual a Nova SBE é membro – revela que os profissionais de todo o mundo consideram a crise ambiental o desafio mais avassalador que os líderes empresariais enfrentam no século XXI.
O inquérito realizado, em setembro de 2021, a 4.206 profissionais, de 75 países, destaca que, “em três anos, os desafios ambientais superaram significativamente o rápido avanço tecnológico como a maior ameaça global aos negócios”.
Este estudo, partilhado num comunicado pela Nova SBE, mostra que “43% dos profissionais acreditam atualmente que o ambiente estará entre os maiores desafios, com a tecnologia a figurar em segundo lugar (27%)”. Ambos ainda são considerados desafios muito maiores para os negócios globais do que mudanças de poder político e económico mundial (14%), a instabilidade política (6%) e até mesmo as pandemias globais (3%).
Em Portugal
Do universo dos mais de 4 mil inquiridos, 291 são portugueses ou identificam-se como tendo a Nova SBE como escola de origem.
À questão “Qual é o maior desafio que considera que enfrentará como líder empresarial no século XXI?” os portugueses foram ainda mais vinculativos quanto à relevância dos desafios ambientais, com “48% a nomear este como o desafio prioritário”. Já “29% dos inquiridos portugueses neste estudo identificaram os avanços tecnológicos, 9% as mudanças de poder político e económico mundial e 8% a instabilidade política”. Desafios como pandemias, movimento populacional em grande escala ou extremismo não tiveram praticamente expressão no inquérito respondido pelos empresários portugueses.
Uma mudança impressionante
O professor Lars Strannegard, vice-presidente da CEMS Global Alliance e presidente da Stockholm School of Economics, refere que “estes novos números revelam uma mudança impressionante no número de profissionais em todo o mundo que veem a emergência ambiental em curso, incluindo o desastre climático iminente, como o maior desafio que os líderes empresariais internacionais terão de enfrentar no século XXI. Há três anos, a rapidez do avanço tecnológico era a principal preocupação dos entrevistados. No entanto, as pesquisas indicam que as pessoas já não têm tanto medo do progresso tecnológico como antes. Esse facto pode advir da aceleração e disseminação da digitalização que a pandemia de Covid-19 provocou em poucos meses. Os profissionais abraçaram totalmente as formas digitais de trabalho porque não existia outra forma de lidar com a situação que se colocou.”
Trabalhar juntos pela sobrevivência do planeta
O CEMS realizou o inquérito com 4.206 dos seus ex-alunos residentes em 75 países ao redor do mundo. Muitos inquiridos ocupam cargos de relevância na administração de empresas e outras organizações.
Para Lars Strannegard, “não há dúvida de que este é um período único na história mundial, que requer líderes excepcionais, que podem coletivamente apresentar soluções inovadoras para enfrentar a emergência climática iminente. A par da realização do COP26, os resultados do nosso inquérito acrescentam peso à necessidade de ação coletiva de empresas e governos sobre o meio ambiente agora, antes que seja tarde demais”. O professor defende que “todas as partes devem trabalhar juntas para a sobrevivência do planeta. Através do CEMS, estamos empenhados em preparar futuros líderes equipados não só com a paixão e o conhecimento necessários para enfrentar os desafios ambientais, mas também com as habilidades necessárias para transformar as organizações de dentro para fora”.
Combater as alterações climáticas através da educação empresarial global
Docentes das Universidades e Escolas de Gestão da Aliança CEMS criaram em meados dos anos 90 o grupo de trabalho ‘Business &Environment’, com o objetivo de desenvolver investigação e ensinar as implicações dos desafios ambientais para o mundo dos negócios.
Os membros trabalham numa ampla variedade de áreas (incluindo gestão e economia, química, biologia, matemática), o que lhes permite desenvolver e implementar inovações na forma como as questões ambientaissão ensinadas nas escolas de gestão. .
Desse grupo de professores surgiram iniciativas inovadoras, como a simulação do Modelo UNFCCC, um programa de um semestre sobre política climática que ocorre nas escolas CEMS em toda a Europa. Atualmente no seu 13º ano, estudantes do programa CEMS de 30 nacionalidades reuniram-se online em maio para a simulação de 2021. Durante o evento, os alunos participam em negociações ‘reais’ e trabalham em torno de estratégias ambiciosas para manter o aquecimento global abaixo de 2º C.