A CPADA (Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente) apresenta o balanço ambiental de 2020, num ano marcado pelo combate à pandemia da Covid-19.
Avaliando o ano de 2020 podemos sintetizar diversos aspetos, positivos e negativos, que marcam esta nova era:
- Aspetos Positivos:
- Redução da emissão de GEEE, resultado da diminuição do tráfego aéreo e automóvel e a consequente melhoria da qualidade do ar;
- Mudança de hábitos de vida – nas compras, com o teletrabalho e procura de ofertas de turismo nacional, mais sustentáveis;
- Medidas para a redução das emissões de GEEE, com a promoção da eficiência energética em edifícios e da mobilidade suave, com os programas de apoio à aquisição de bicicletas;
- Aprovação da Lei do Clima e do Pacto Ecológico Europeu, que coloca o continente europeu na procura da ambição de ser o primeiro com impacte neutro no clima – no horizonte 2050;
- Incentivo à aquisição de produtos a granel, usando as próprias embalagens e apostando na informação ambiental aos consumidores;
- Reconhecimento de Lisboa como Capital Verde Europeia 2020;
- Redução da área ardida;
- Aposta na reabilitação da linha férrea como uma estratégia nacional;
- Definição do Estudo de Avaliação Estratégico para o novo aeroporto do Montijo;
- Anúncio da presidência portuguesa da União Europeia, com o compromisso de um objetivo de governação mais resiliente e verde;
- Perspetivas de retorno dos Estados Unidos da América à mesa de negociações sobre as alterações climáticas, já na próxima conferência das Nações Unidas – COP26, que decorrerá em novembro de 2021 em Glasgow.
- Aspetos Negativos:
- Falta de apoios locais a projetos de recuperação e sequestro de carbono;
- Aumento do uso de materiais descartáveis – luvas, máscaras, fatos e embalagens de take-away;
- Suspensão temporária da triagem de resíduos urbanos e encaminhamento de resíduos recicláveis para aterro/incineração;
- Aprovação do novo regulamento de gestão de resíduos que legaliza a deposição de resíduos em projetos de recuperação paisagística;
- Falta de atualização aos níveis europeus dos critérios de perigosidade na aceitação dos resíduos em aterro;
- Massacre de espécies na Herdade da Torre Bela, mostra necessidade de revisão da Lei da Caça;
- Deficiente gestão de património construído e arqueológico abrangido no ordenamento de áreas protegidas.
A CPADA recorda que a maioria dos europeus considera que a proteção do Ambiente é importante (95%). E quase 8 em cada 10 europeus (77 %) afirmam que a proteção do ambiente pode impulsionar o crescimento económico e a necessidade de apoiar a promoção de legislação ambiental ao nível da União Europeia, bem como ao financiamento de atividades respeitadoras do Ambiente, segundo os resultados do inquérito Eurobarómetro.