CPADA envia carta aberta para apelar ao diálogo sobre a Gestão Integrada do Território

Na carta aberta da Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente (CPADA), dirigida ao Presidente da República, ao Primeiro Ministro e ao Presidente da Assembleia da República, pode mostrar-se a “perplexidade” com que foi recebido o pedido de demissão e ameaça de queixa crime da LBP (Liga de Bombeiros Portugueses) contra a AGIF.

“Consideramos que a posição do Presidente da LBP não está focada na profunda reforma que o país tem de fazer para construir soluções estruturais de resposta ao problema de fundo do planeta: o aumento da severidade e frequência dos incêndios como uma das consequências das alterações climáticas. A CPADA está ciente da dimensão dos desafios com que o país está confrontado nas próximas décadas, a qual não é compatível com este aparente conflito circunstancial. Por isso, vimos apelar à reflexão serena, à renovada emergência da ação climática e ao respetivo financiamento plurianual de prevenção e combate aos fogos rurais. Não é altura de divisões desta natureza. A sustentabilidade, enquanto superior interesse nacional, requer um esforço de diálogo institucional, uma energia coletiva que não pode dispensar ninguém” – pode ler-se na carta que foi divulgada junto da imprensa.

A CPADA garante confiar no trabalho das entidades, como a AGIF, A ICNF e a ANEPC: ” a estratégia de redução das emissões para atingir a neutralidade carbónica até 2045 exige uma ação consequente, com investimento público e privado eficiente. A nossa floresta – o nosso território – não podem ser reduzidos a uma disputa institucional”, continua, acrescentando ainda que “o sobressalto técnico, cívico e independente para o qual a AGIF nos convoca tem de estimular um consenso nacional, regional e sub-regional que assente no melhor conhecimento e qualificações disponíveis ao qual a AGIF tem dado resposta, sem descurar a proximidade dos
cidadãos à qual as corporações de bombeiros dedicam grande parte da sua energia. Para sermos mais eficientes coletivamente, temos de nos sentar à mesa, deixar de lado queixas-crime e declarações menos felizes: a bem do futuro do nosso país e das próximas gerações”.