Covid-19: Setor hortícola assume problemas de logística para chegar a mercados
O setor hortícola continua a produzir para responder ao aumento de procura nos mercados, mas começa a “sentir problemas de logística por causa da pandemia do novo coronavirus”, alertou hoje a associação que o representa. António Gomes, presidente da Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste (AIHO), região onde se concentra grande parte da produção, disse à agência Lusa que começam a existir “problemas de logística para fazer chegar os produtos ao destino”.
O dirigente explicou que há falta de motoristas por estarem de quarentena, por se encontrarem a tomar conta dos filhos em casa, na sequência do encerramento das escolas, e por receio de viajarem para países como Espanha ou Itália. As dificuldades de logística prendem-se também com o encerramento de estabelecimentos de restauração e casas de banho nas estações de serviço, durante as deslocações internacionais.
Apesar de tudo, apontou, o setor “ainda não está a reter produtos” e “continua a produzir”. Segundo o responsável, “na semana passada, com a corrida aos supermercados, houve um aumento da procura aos produtos alimentares e o setor está a responder”.
Sem efeitos da pandemia no volume de negócios das empresas, o setor sente, contudo, “quebras sobretudo para mercados mais distantes”. Estima-se que mais de metade da produção nacional de hortícolas seja produzida nos concelhos da região Oeste.
O setor fatura cerca de 500 milhões de euros e emprega entre sete a oito mil trabalhadores quer nas explorações agrícolas, quer nas centrais de processamento e transformação dos produtos, estimou a Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste.
A região Oeste é composta pelos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche, do distrito de Leiria, e por Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, do distrito de Lisboa.