#COP27: ONGAs portuguesas convocam ações para exigir políticas climáticas compatíveis com a realidade climática
Um grupo de Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGAs) juntam-se numa coligação nacional “Unir contra o fracasso climático” para promover uma quinzena de ações, que se inicia esta segunda-feira, 7 de novembro, e uma marcha no dia 12 de novembro, às 14h00, com ponto de encontro no Campo Pequeno, em Lisboa.
Esta coligação acontece numa altura em que decorre a COP27 – Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas em Sharm el-Sheik, no Egipto. “A COP27 acontecerá num momento crítico para a ação climática e com forte convergência de múltiplas crises, interconexas, que têm impactos nefastos nas pessoas, nos ecossistemas e no clima. Além disso, realiza-se num local que sofreu imensas críticas da sociedade civil, não só pelo significado da escolha do país, mas também por afastar a participação de ativistas e sociedade civil local e internacional”, pode ler-se num comunicado, divulgado pela Associação ZERO que faz parte desta coligação.
Este grupo de ONGAs lembra que a cada ano que passa de “inação e de promessas não cumpridas”, perde-se a confiança no Acordo de Paris. “Mesmo o porquê, depois de 27 anos de negociações, o mundo continua dependente dos combustíveis fósseis e dos países que os controlam. A indústria dos combustíveis fósseis, com lucros recordes, estão na base da crise climática. O custo de vida está a aumentar, a crise, a guerra tudo causa cada vez mais instabilidade mundial. Não podemos apostar em projetos de combustíveis fósseis ou a “pintar” de verde tais projetos. Isso é o fracasso climático”, alertam.
Um outro sinal de “fracasso” é perceber que com 1,2ºC, já se passou por um “verão catastrófico” em termos de clima: “a maior seca dos últimos 500 anos na Europa, a seca da China que não tem paralelo na História, as inundações no Paquistão que ainda alagam um terço de um dos maiores países do mundo e incêndios, fogos e furacões, assolando todos os oceanos e florestas do planeta”, lê-se no comunicado.
Além disso, a zona segura de acordo com o IPCC é 1,5 ºC até ao final do século, ou seja, 0,3 ºC mais do que atual. O UN Emissions Gap Report 2022 diz que com as políticas atuais espera-se um aumento de 2,8ºC, ou seja 1,6ºC a mais do que o atual. E os impactos podem ser cada vez mais devastadores nos países, principalmente no Sul Global, que são os que menos contribuem para as alterações climáticas, mas são os que mais sofrem os impactos.
Face a esta realidade, as ONGAs apelam, mais uma vez, a uma transição com justiça social e climática, transparente, participativa e inclusiva: “Já temos imensos documentos e planos para serem postos em prática e outros que precisam de uma maior ambição nas metas, mas estamos aqui para trabalharmos juntos e acima de tudo, agirmos juntos. Nós, cidadãos e cidadãs, podemos exigir e construir um mundo melhor”. As Organizações acreditam que as “soluções verdadeiras e transformadoras de que precisamos para sobreviver e construir um mundo mais justo só podem ser alcançadas através da ação coletiva, solidariedade e coordenação, das nossas comunidades locais e internacionais”.
Neste âmbito, a coligação nacional convoca um conjunto de ações para exigir políticas climáticas compatíveis com a realidade climática.
ONGAs: Climáximo, DiEM25, Greve Climática Estudantil – Lisboa, Sciaena, Scientist Rebellion Portugal, Último Recurso, UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta, Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável