Mais de 100 países assumem compromisso de redução em 30% das emissões de metano até 2030, em relação a 2020. O compromisso assumido esta terça-feira, 2 de novembro, na cimeira das Nações Unidas sobre alterações climáticas (COP26) foi saudado por vários especialistas ambientais, segundo a Agência Lusa.
Tratando-se de um gás com “poderoso efeito de estufa”, o metano, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é um dos que podem ser reduzidos mais rapidamente.
O acordo, estabelece “uma base sólida em termos da ambição de que precisamos a nível global”, disse Helen Mountford, especialista em clima da organização ambientalista não governamental “World Resources Institute”, dos Estados Unidos.
O acordo também foi considerado positivo por Maria Pastukhova, especialista em energia da organização E3G, um grupo de reflexão europeu, independente, sobre alterações climáticas: “O Acordo, feito por países que emitem metade do metano do mundo, é um passo positivo e há muito esperado, pondo em evidência a segunda maior causa do aquecimento global causada pela humanidade. O verdadeiro trabalho começa agora. Antes da COP27, o compromisso tem de conseguir a adesão dos três maiores emissores, China, Rússia, e Índia, apoiados por mecanismos transparentes de governação e monitorização”.
Para a especialista, a indústria do gás, petróleo e carvão devem “intensificar esforços para reduzir drasticamente as emissões” relacionadas com a energia, mostrando “resultados tangíveis” nos próximos anos: “E a redução das emissões de metano não podem substituir a necessidade de um esforço global contínuo para reduzir a procura de combustíveis fosseis, se o mundo quiser alcançar a meta de não deixar que as temperaturas globais subam além de 1,5 graus celsius em relação à época pré-industrial”, sucinta.
De acordo com a Agência Lusa, a China, a Rússia, e a Índia não se juntaram aos 103 países que assinaram o Compromisso Global para o Metano.