#COP26: “A Europa tem uma oportunidade de ouro de liderar pela primeira vez no mundo”
“Cada vez mais, a sociedade não está disponível para que quem decide falhe”. Esta é a constatação de João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, que lembra que a COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas) não é uma conferência qualquer: “É a COP seis anos depois do Acordo de Paris”. E quando o Acordo de Paris foi construído, ficou claro o “resultado magnífico” que seria obtido, mas que “ficava aquém daquilo que são as nossas necessidades. Saímos de Paris a sonhar com 1,5 graus, mas, em bom rigor, trouxemos 3,1 graus no bolso”. E, depois, acresce a outra cláusula de Paris de, a cada cinco anos, o nível de ambição aumentar”.
O governante falava na sessão de arranque oficial do “Climes to Go” e não deixou de partilhar uma grande preocupação, agora que esta conferência está a chegar: “75 países ainda não tinham entregado a sua contribuição. Destaco a China, a Índia e a África do Sul, três grandes emissores”. E algo que parece ser ainda mais agravante é que, atualmente, os 3,1 graus passam para 2,7 graus: “É curto, muito curto”, alerta. Ainda assim, apesar da situação ser de preocupação, Matos Fernandes não deixou de ter orgulho pelas “lutas” e “vicissitudes” que o país tem sabido responder. E, sobre a crise energética, o governante é perentório: “Temos que responder à crise energética, mas que nunca essa resposta faça empalidecer aquilo que é a verdadeira crise que estamos a atravessar: a crise climática”.
Voltando aos feitos da Europa e de Portugal, o chefe da pasta do Ambiente lembra as oportunidades que o continente tem neste processo de transformação: “É mesmo numa economia estruturada no combate às alterações climáticas que a Europa tem uma oportunidade de ouro de liderar pela primeira vez no mundo, quando têm sido os americanos e os chineses a fazê-lo, sendo a transição digital um exemplo disso”.
Como notas finais, o ministro do Ambiente quis reforçar a importância de se “vencer esta crise”, com os poderes públicos a liderar a luta, escolhendo os “investimentos certos” e com o “esforço das empresas em se descarbonizar”. Matos Fernandes também quis reforçar que tal desígnio não vai acontecer “sem sofrimento” e que “o esforço” tem de ser coletivo: “Em muitos casos, cada um de nós vai ter que mudar de hábitos”, conclui.
Esta sessão contou com a participação das empresas responsáveis pelo “Climes to Go” – a Get2C e a Earth Watchers – assim como as entidades parceiras: Câmara Municipal de Cascais, Embaixada Britânica, Fundação Calouste Gulbenkian, Oney Bank e Grupo Altri.
A competição “Climes to Go” arrancou, esta sexta-feira, 22 de outubro, com as três equipas a rumarem de Cascais até Glasgow.