COP24: Emissões de CO2 têm diminuido, mas 2017 e 2018 contrariam tendência
As emissões de gases com efeito de estufa nos países desenvolvidos diminuíram 13% entre 1990 e 2016, apesar do crescimento da população e da economia mundial, indica um relatório apresentado na cimeira do clima (COP24), na Polónia, refere a Lusa.
O documento, da responsabilidade do secretariado das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, diz que embora os países mais desenvolvidos estejam a reduzir as emissões essa redução não cumpre em muitos casos com os objetivos fixados, pelo que é necessária maior ambição política.
Os dados do relatório indicam também que só entre 2010 e 2016 as emissões dos países mais desenvolvidos diminuíram em 4,4%. E destacam que as “medidas estão a dar frutos, o que constitui um passo importante para aprofundar o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas”, lê-se na Lusa.
“Os objetivos de redução das emissões para 2020 são vistos cada vez mais como um ponto de partida”, pelo que “é necessário intensificar o esforço, as políticas e as ações nessa direção”, diz-se no documento.
E sublinha-se que a capacidade instalada das energias renováveis no mundo está a duplicar a cada quatro anos.
Apesar destes números, outro relatório anual divulgado na quarta feira à margem da conferencia de Katowice, na Polónia, alerta para um aumento de emissões nos últimos dois anos, contrariando a tendência.
Segundo o documento, da Global Carbon Project (colaboração científica internacional de académicos, governos e indústrias), as emissões de dióxido de carbono da indústria e da combustão de carvão, petróleo e gás devem crescer 2,7% este ano, em comparação com 2017, depois de um aumento de 1,6 no ano passado.
É necessário voltar a 2011 e à saída da crise financeira de 2008 para encontrar uma taxa pior, disse Glen Peters, climatologista do Centro de Pesquisa Cícero, em Oslo, e coautor do estudo, publicado na revista Open.
O aumento deste ano, diz o documento, é impulsionado em particular por um “boom” de emissões da China, mais 4,7%, que é o maior emissor do mundo e que tem feito esforços animadores nos últimos anos. Também os Estados Unidos, que tinham vindo a reduzir as emissões, apresentaram um aumento de 2,5%, pela primeira vez desde 2013.
O estudo indica que este ano o mundo poderá lançar 40,9 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono, acima dos 39,8 mil milhões do ano passado.