Cidades, vilas e regiões estão a ter grande impacto no cumprimento dos seus compromissos climáticos, ao atuar localmente e estabelecer parcerias a nível global. Uma tendência que é matizada nas Medidas de Combate às Alterações Climáticas de hoje, no dia dedicado às Cidades e Aglomerações Humanas na Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas, em Marraquexe.
Os dirigentes da sociedade civil presentes no evento sublinharam as medidas principais que os governos locais podem agora tomar em parceira com a entidade, para ajudar na efetuação dos seus objetivos locais, como contribuição significativa para o sucesso dos planos nacionais de ação contra as alterações climáticas – contribuições determinadas a nível nacional.
“ A ação contra as alterações climáticas nas cidades, vilas e regiões será instrumental, assegurando que permanecemos no trilho de 2 °C, visando os 1,5 °C”, disse Gino Van Begin, secretário geral do ICLEI – uma associação mundial de governos locais dedicada ao desenvolvimento sustentável.
A COP22 foi batizada como “COP da implementação” e o dia das Cidades e Aglomerações Humanas mostrou o potencial da ação local em relação à implementação, focada na resiliência e na construção da eficácia. Por exemplo, o Pacto Global de Autarcas em matéria de clima e energia, tirando partido do trabalho realizado anteriormente pelo Acordo de Autarcas e pelo Pacto de Autarcas da UE, promete ser uma plataforma poderosa para os governos locais em todo o mundo monitorizarem e comunicarem os seus próprios compromissos climáticos.
Porque é que as áreas urbanas são importantes para a implementação do Acordo de Paris?
As áreas urbanas representam uma estimativa de 70% das emissões globais relacionadas com a energia. Só o setor do imobiliário e da construção representam mais de 20% das emissões globais de gases com efeito de estufa. Atingir a possibilidade de redução de 80% para o setor, em emissões dióxido de carbono, em 2050 (como prevê a Agência Internacional da Energia), será de extrema importância para o sucesso do Acordo de Paris.
Porém, as alterações climáticas já estão a acontecer, atribuindo uma prioridade igualmente à adaptação às condições climáticas extremas, por parte dos governos sub-nacionais. O Banco Mundial refere que a adaptação às alterações climáticas poderia custar entre 80 a 100 mil milhões de dólares americanos por ano, 80% dos quais têm de ser investidos em áreas urbanas.