O consumo de energia elétrica em Portugal subiu 9,7% em março, face a igual período do ano anterior, para 4.650 Gigawatt hora (GWh), devido, em parte, ao desvio acentuado das temperaturas, segundo indicou hoje a Redes Energéticas Nacionais (REN), segundo afirma a Lusa.
De acordo com a REN, a variação acumulada para o primeiro trimestre “situa-se agora em 4,7% ou 3,1% com correção de temperatura e dias úteis”. A empresa avança que, após um período de 17 meses consecutivos com afluências inferiores aos valores médios, registou-se um índice de hidraulicidade de 2,2 em março, o valor mais elevado desde 1971. Por sua vez, na produção eólica, o índice de produtibilidade situou-se em 1,54, o segundo valor mais elevado para março, de acordo com os registos da REN desde 2001.
“Estas condições excecionais levaram a produção renovável a atingir um valor equivalente a cerca de 99% do consumo nacional ou 83% do consumo mais saldo exportador, que é o valor mais elevado desde fevereiro de 2014. Este mês, a produção renovável ultrapassou o consumo em quase 60% do tempo. O saldo entre trocas com o estrangeiro voltou a ser fortemente exportador, equivalendo a cerca de 19% do consumo”, indicou a REN, numa nota enviada à comunicação social. No final do primeiro trimestre, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 0,93 e o índice de produtibilidade eólica em 1,18.
Conforme indica a empresa portuguesa, no primeiro trimestre, a produção renovável abasteceu 61% do consumo, sendo 31% através de eólicas, 24% de hidroelétricas, 5% de biomassa e 1,1% através de fotovoltaicas. “A produção não renovável abasteceu os restantes 39% do consumo, repartido pelo gás natural com 22% e pelo carvão com 17%. O saldo de trocas com o estrangeiro é exportador, equivalendo a cerca de 6% do consumo nacional”, apontou. Já no mercado do gás natural, inverteu-se a tendência de crescimento, recuando 19% face ao mesmo mês do ano anterior.
“No final do trimestre, o consumo de gás natural apresenta uma variação de -6,2% face ao verificado no mesmo período do ano anterior, resultado de um crescimento de 1,2% no segmento convencional e de uma redução de 21% no mercado elétrico”, lê-se no documento.