O Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA) vai criar o Observatório Português da Saúde e Ambiente, cujo objetivo será realizar uma monitorização e avaliação regular dos efeitos das alterações climáticas e da degradação ambiental na saúde humana em Portugal.
O Observatório não pretende produzir dados próprios mas sim recolher, validar, sistematizar e disponibilizar publicamente dados recolhidos ou produzidos por entidades idóneas que se encontram dispersos e são de difícil acesso.
Estima-se que uma em cada quatro mortes no mundo seja atualmente causada por fatores ambientais e a evolução esperada é que este indicador sofra um agravamento sensível nos próximos anos. Os estudos indicam que as temperaturas extremas são atualmente responsáveis por mais de cinco milhões de mortes por ano e a poluição responsável por nove milhões de mortes por ano – este número representa, por si só, um sexto da mortalidade global.
As alterações climáticas e a degradação ambiental estão, por outro lado, a alterar o panorama epidemiológico em todo o mundo e a aumentar o risco de eventos inesperados.
O novo Observatório Português da Saúde e Ambiente será formado por uma equipa de projeto multidisciplinar dirigida por Margarida Alho, médica de saúde pública, veterinária e policy officer do Health Emergency Preparedness and Response (HERA) da União Europeia e pelo médico internista Luís Campos, presidente do CPSA.
“A principal tarefa do Observatório de Saúde e Ambiente” diz Luís Campos, “será a produção de um relatório anual sobre o impacto das alterações climáticas e da degradação ambiental na saúde humana em Portugal, sobre as medidas adoptadas pelo sistema de saúde para reduzir a sua pegada ecológica e capacitar-se para responder à transição epidemiológica em curso e sobre a investigação e formação nesta área. O primeiro relatório será publicado no final de 2024″.
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