“Há uma perceção clara da importância da água”, pela sua “complexidade e multiplicidade de funções nos variados setores de interesse” e pelas “implicações sociais, económicas, ambientais e políticas”. Foi com esta declaração que José Manuel Gonçalves, presidente da Comissão Científica da APRH – Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, abriu o 16.º Congresso da Água, que está a decorrer no Centro de Congressos do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
“A água é elemento marcante da história e da natureza: fonte de muitos sucessos, de bem-estar e de desenvolvimento das sociedade, mas também de problemas e conflitos”, refere o responsável, reconhecendo que “o recurso assume o estatuto do direito humano”, sendo um “fator determinante em muitos processos produtivos e de conservação da natureza”.
Sob o mote “Viver com a Água”, este Congresso, tal como indica José Manuel Gonçalves, apela a um “grande esforço coletivo de contribuição e de compromisso sólido” que assume forma em “pilares de soluções sustentáveis”, desejando-se que “a água seja bem usada e repartida”, que “não falte aos mais pobres”, que “não condicione o desenvolvimento económico e a criação de riqueza” e, essencialmente, que “responda à emergência alimentar e energética”, salvaguardando os recursos naturais. E, nesta temática, o responsável destaca o “mais recente desenvolvimento técnico e científico”, impulsionado pelas “diversas infraestruturas portuguesas”, que têm “capacitado e disponibilizado ao setor da água novos recursos, infraestruturação, monitorização e gestão que explicam os muitos sucessos alcançados”. Neste sentido, o novos avanços tecnológicos, como a “digitalização e sensorização”, visando a “medição e o controlo de funcionamento de sistemas”, continuarão a “oferecer novas soluções e a desafiar os responsáveis a uma mais célere modernização” que se traduzirá na “melhoria de qualidade e boa utilização e minimização dos impactos efetivos no ecossistema”, sendo “possível melhorar o nosso progresso”.
Quanto ao Congresso da Água, o presidente da Comissão Científica da APR não tem dúvidas de que se trata de um “fórum de reunião de especialistas” que trazem “a discussão, o conhecimento, as experiências e os projetos” para cima da mesa: “É, seguramente, um espaço que potencia o desenvolvimento de novas soluções para os problemas correntes e emergentes”. O responsável demonstrou grande otimismo sobre os próximos dias de debate: “Este congresso vai permitir uma visão mais esclarecedora e sustentada de um melhor viver com a água, baseado numa melhor gestão integrada dos recursos hídricos em prol do desenvolvimento e progresso do coletivo do nosso país”. Seguramente que, “ao contribuir para este objetivo, credibiliza e revitaliza a APRH, que comemorou os 45 anos em 2022, evidenciado a sua importância para uma sociedade informada e esclarecida”.
O 16.º Congresso da Água, que decorre entre os dias 21 e 24 de março, é organizado de dois em dois pela APRH, juntando vários especialistas em torno da água.