A informação da construção de dois novos túneis para mitigar os problemas de inundações em Lisboa foi avançada por José Silva Ferreira, responsável pelo Plano Geral de Drenagem da Câmara Municipal, no âmbito do primeiro dia do 16.º Congresso da Água, durante a sessão plenária “Viver no Tejo”.
Com o objetivo de contribuir para a sustentabilidade do Tejo, o Plano Geral de Drenagem de Lisboa 2016-2030, investirá 132 milhões de euros nos novos túneis, sendo que um deles terá cinco quilómetros, ligando Monsanto e Santa Apolónia, e o outro terá um quilómetro, estendendo-se entre Chelas e Beato.
Numa “esperança perfeitamente rigorosa”, o município quer “mitigar 70% a 80% dos problemas de inundações de Lisboa, provocadas por eventos pluviais extremos”. Relembre-se que em dezembro do ano passado, Lisboa foi alvo de vários episódios de cheias recorrentes da chuva forte, o que contribui para acelerar o plano de drenagem.
Além de uma melhor drenagem, José Silva Ferreira revela que está também pensado o projeto “Água+” para usar as águas dos túneis para lavar ruas e regar as plantas dos espaços públicos.
Ambos os túneis terão um diâmetro de 5,5m2 e usarão a mesma máquina tuneladora. O de Monsanto a Santa Apolónia demorará um ano a ser feito, sendo que o mais pequeno, o de Chelas a Beato, poderá ser construído em apenas quatro meses. Os dois serão alvos de inspeção periódica a cada 3 a 5 anos, sendo que o tempo de recorrência é de 100 anos e tempo de vida útil das infraestruturas é igualmente de um século.
Na sua intervenção na terça-feira, 21 de março, José Silva Ferreira revelou ainda que duas bacias de retenção estão concluídas, uma na Ameixoeira, no valor de 350 mil euros, e outra no Alto da Ajuda, num investimento de 985 mil euros.
O 16.º Congresso da Água decorre entre os dias 21 e 24 de março, no Centro de Congressos do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, na tentativa de sensibilizar para a importância deste recurso e para a escassez que o mesmo enfrenta.
Por Ambiente Magazine, media partner do 16.º Congresso da Água
©Raquel Wise