O 17.º Congresso da Água, organizado pela APRH (Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos), arrancou esta manhã no Algarve, com a sessão de abertura conduzida por Jorge Cardoso Gonçalves, Presidente da Comissão Organizadora, que começou por felicitar o sucesso de mais uma edição, que contabiliza mais de 450 participantes, e que aposta novamente na descentralização do encontro.
Na sua intervenção, o também Presidente da APRH, realçou a preocupação com os principais desafios do setor, manifestando uma “urgência na ação”.
Além do “planeamento do território dever ter em conta o uso inteligente da água”, é igualmente necessária uma intervenção ao nível das infraestruturas da rede, que está envelhecida: “na perspetiva de uma gestão adaptativa da água, o necessitado é de pensar e de ter uma visão holística, considerando desafios ambientais e demográficos, sociais, mas também económicos, territoriais e climáticos”.
Por isso, algumas soluções passam por “relocações hídricas, que beneficiem a conectividade, a circularidade, mas também a resiliência das infraestruturas face a novas solicitações”, completa o responsável, pedindo ainda um uso dos instrumentos articulado, para uma gestão da água resiliente.
Deste encontro resultará ainda um documento que compilará as principais conclusões do Congresso, através da intervenção de diferentes oradores nacionais e internacionais. Servirá, segundo Jorge Cardoso Gonçalves, como um “manifesto” para o setor.
Na sessão de abertura intervieram ainda Jorge Saldanha Matos, Presidente da Comissão Científica, e António Carmona Rodrigues, Presidente da Comissão de Honra. O primeiro confirmou a elevada adesão de comunicações para o Congresso (230), sendo que 164 foram aceites para apresentação oral ao longo de todo o evento, trazendo uma diversidade temática ligada ao setor da água. O segundo complementou o raciocínio, afirmando a relevância do evento se organizar no Algarve, devido aos problemas de stress hídrico que a região tem enfrentado.
Sobre Lagos, em particular, saiba que o município tem planeado um investimento na rede de distribuição de água e saneamento, na ordem dos 16 milhões de euros. A autarquia faz a própria gestão das águas e admite dificuldades em fixar recursos humanos.
O Congresso da Água realiza-se até sexta-feira, 11 de abril, no Hotel Vila Galé em Lagos, Algarve.
