Decorreu no passado dia 30 de novembro, no Wyndham Grand Hotel, na Quinta do Lago, concelho de Loulé, a Conferência ODSLocal’22, um encontro que assinalou os dois anos do projeto ODSLocal, coordenado pelo Conselho Nacional de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
No seu discurso, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, falou da emergência em dar resposta aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) traçados na Agenda 2030 da ONU: “Aquilo que parecia algo que era distante e que nos foi colocado como um desafio pelas Nações Unidas em 2015, sentimos agora como uma emergência. Hoje já não é uma opção, é um caminho que temos que fazer”.
O último relatório da ONU que avaliou o desempenho de 193 países no desenvolvimento sustentável coloca Portugal nos 30 países mais sustentáveis do mundo, ocupando o 20º lugar no ranking, com uma subida de seis posições face a 2019. Para Ana Abrunhosa, o fator principal deste sucesso reside precisamente num dos ODS, o 17, que aponta para a importância das parcerias para o desenvolvimento: “Não tenho a mínima das dúvidas que este é um trabalho conjunto, da sociedade civil, desta plataforma, mas também dos nossos autarcas”.
O projeto ODSLocal integra atualmente mais de 88 Município e conta ainda com a colaboração do OBSERVA do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, do MARE da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e ainda com o envolvimento da empresa start-up 2ADAPT. Os fundos que têm suportado, em grande parte, este projeto advêm de outro parceiro, a Fundação La Caixa do BPI.
Durante esta que foi a terceira conferência do projeto, Filipe Duarte Santos, presidente do Conselho Nacional de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, fez um balanço “bastante positivo” do trabalho realizado até agora: “É uma iniciativa que ajuda o nosso país a cumprir os ODS”. E trata-se de uma plataforma com grandes valias: “Acompanhar ao nível do poder local em que medida é que as várias metas estão a ser alcançadas, dar visibilidade a esse esforço, permitir que as pessoas tenham conhecimento dos vários projetos que estão em curso e que envolvem não só os municípios, mas também empresas e organizações não-governamentais e sociedade civil”, exemplifica.
Numa mensagem enviada, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou que o desafio do ano passado assentou no crescimento da rede e, apesar de um ano difícil, houve cumprimento e superação por parte da equipa ODSLocal: “Este ano o meu desafio é mais ambicioso, irem mais longe: 120 municípios e duplicar os projetos”.
João Ferrão, coordenador do ODSlocal, salientou duas matérias em que é fundamental o papel das autarquias a sociedade civil para atingir as metas traçadas: “cidades e comunidades sustentáveis (ODS 11) e ação climática (ODS 13)”.
Por seu turno, o anfitrião da conferência, o autarca Vítor Aleixo, falou da “força pedagógica” deste momento para mobilização dos atores políticos de primeira linha para a importância da Agenda 2030 das Nações Unidas. Com um trabalho importante e que é já bastante visível, Vítor Aleixo assegurou que “Loulé vai continuar a dar o seu contributo para que o país consiga alcançar os objetivos desta agenda”.
Esta sessão contou ainda com momentos de debate de ideias e contou com a participação de peritos convidados que partilharam um pouco da sua experiência.
A sessão culminou com a entrega de Prémios ODSlocal que distinguiram as boas práticas dos municípios e sociedade civil, nas variadas dimensões da sustentabilidade que os ODS abordam.
Loulé foi distinguido com dois desses galardões: Menção Honrosa nos “Prémios Boas Práticas” para o projeto da Comunidade Energética Escolar de Loulé/Escola de Salir e “Municípios com Melhores conjuntos de Boas Práticas”, ao lado de Oeiras e Torres Vedras.