Conferência APREN 2016: a eletricidade renovável do futuro
A APREN – Associação de Energias Renováveis, dedicou a sua Conferência Anual (2016), ao tema “Visões da Eletricidade Renovável” através de uma tripla abordagem: a visão dos produtores, da sociedade e seus utilizadores.
Por parte dos produtores chegaram as intervenções mais críticas, sobretudo ao Governo, ao afirmar que “os produtores de eletricidade em regime especial tinham recebido duplos pagamentos no valor de 140 milhões de euros, afirmação esta, liminarmente, rejeitada pelos produtores, na pessoa de António Lobo Gonçalves, VicePresidente da APREN e Administrador da EDP Renováveis”, pode ler-se em comunicado.
Do painel dedicado à visão mais abrangente, as investigadores sociais, das quais destacamos Luisa Schmidt, socióloga do ICS e colunista do jornal Expresso, alertaram os conferencistas para a necessidade dos protagonistas das Energias Renováveis levarem em linha de conta nas suas decisões o resultado de inúmeros estudos que as ciências socias têm realizado em torno deste tema vital para o futuro do Planeta. A este propósito afirmou Luisa Schmit, “a enorme carência de conhecimento dos portugueses sobre energias renováveis” prejudica os resultados da suficiencia energética, embora, seja um assunto, ao qual a maioria das mulheres entrevistadas para os diversos estudos cientificos, mostram muito interesse e preocupação, ao contrário, da maioria dos homens, que perceciona o tema energias renováveis segundo uma ótima tecnológica.
Os novos utilizadores da energia elétrica introduziram o grande debate sobre o tema da mobilidade energética e o seu papel decisivo na construção das cidades do futuro, ressalvando a crescente eletrificação da sociedade, quer através da eletrónica e da computação mas, também, através da conversão de utilizadores tradicionais, como o carro elétrico.
Os representantes das grandes marcas de carros elétricos, em Portugal, como a Nissan, Renault, BMW, Volkswagen e Tesla estiveram, igualmente, representadas neste terceiro painel, contribuindo com intervenções dinâmicas e muito ativas versando o mercado da venda, da distribuição e do abastecimento dos carros eletricos reiterando a firme convicção de que a complexa gestão das cidades do futuro e, a sua qualidade, dependerá do contributo do mercado da mobilidade elétrica.
A eletricidade de origem renovável tem, assim, “um papel crescente, na construção da sociedades do futuro, obrigando a profundas reflexões e decisões politicas, com vista à salvaguarda do bem estar humano e da salvação do Planeta”, refere o comunicado.
Nesta iniciativa, foram igualmente entregues os prémios APREN 2016 cujo intuito passava por distinguir as melhores dissertações académicas produzidas nas Instituições do Ensino Público Superior dedicadas à eletricidade renovável.