Vai-se realizar no próximo dia 11 de maio, pelas 11.30 horas (hora portuguesa), na Barragem de Cedillo (fronteira de Portugal com Espanha), em Nisa, uma Concentração Ibérica Antinuclear que juntará ativistas ambientais dos dois países. Esta concentração é organizada pelo Movimento Ibérico Antinuclear, de que a Quercus faz parte, e o
objetivo principal da mesma é sensibilizar a opinião pública para os perigos que representa para os dois países a continuidade em funcionamento da Central Nuclear de Almaraz.
Mais uma vez, diversas organizações espanholas e portuguesas, que lutam há muitos anos pelo encerramento da Central Nuclear de Almaraz, que fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, em Espanha, a cerca de 100 km da fronteira com Portugal, vão-se juntar para exigir medidas mais firmes por parte dos dois Governos.
Conforme explica a Quercus, em comunicado, a Central de Almaraz tem tido incidentes com regularidade, existindo
situações em que já foram medidos níveis de radioatividade superiores ao permitido. Portugal pode vir a ser afetado, caso ocorra um acidente grave, quer por contaminação das águas, uma vez que a central se situa numa albufeira afluente do rio Tejo, quer por contaminação atmosférica, pela grande proximidade geográfica existente. Para além disto, Portugal não revela estar minimamente preparado para lidar com um cenário deste tipo, pelo que a acontecer um acidente grave, isso traria certamente sérios impactes imediatos para toda a zona fronteiriça, em especial para os distritos de Castelo Branco e Portalegre.
Depois do Governo Espanhol do PP ter estendido em cerca de dois anos o prazo para que o consórcio Iberdrola, Naturgy e Endesa, que explora a Central Nuclear de Almaraz, apresentasse o pedido de renovação da licença de funcionamento desta Central, confirmou-se mais recentemente, já com o Governo seguinte do PSOE em funções, que as empresas chegaram a um acordo e solicitaram uma extensão da licença de operação para a Central para que esta não encerre no prazo definido (Junho 2020). É pois, fundamental, que futuro Governo Espanhol, que está agora em formação depois das recentes eleições, assuma as suas responsabilidades e impeça todas as tentativas da Central de Almaraz ver o seu período de vida alargado pós 2020, e por outro lado, o Governo português atue com mais celeridade e firmeza, no sentido de serem acautelados os interesses nacionais, e recorra de novo, se necessário, às entidades europeias.
Com as eleições legislativas a aproximarem-se a passos largos, também em Portugal, Almaraz não pode ser um tema esquecido neste novo ciclo político e é imprescindível que seja encarado como uma prioridade a nível nacional pois a sua continuidade em funcionamento por mais 10 ou 20 anos representará um dos maiores perigos para toda a Península Ibérica e a Europa, adianta a associação.
Os ativistas ambientais ibéricos irão concentrar-se às 11.30h de sábado, dia 11 de maio, junto à Barragem de Cedillo (fronteira de Portugal com Espanha), em Nisa, formando um cordão humano que simbolizará a ligação pretendida entre as duas margens do rio Tejo, em sinal de defesa desde importante recurso. Durante a tarde, a partir das 16.00h (hora portuguesa), os participantes na iniciativa irão concentrar-se na jazida de urânio da Maria Dias, em Monte Claro – Nisa, para manifestar mais uma vez a sua oposição a qualquer tipo de projetos de exploração de urânio nesta região e exigir a recuperação da jazida existente no local.