Após o anúncio, no dia 25 de março, de que o Metropolitano de Lisboa vai elaborar os estudos para a contratação do prolongamento do Metro Sul do Tejo à Costa de Caparica, mais de 100 utilizadores de bicicleta de Almada e associações de promoção da sua utilização juntaram-se para fazer esta exigência.
Atualmente, a infraestrutura de metro de superfície que existe em grande medida no concelho de Almada, construída entre 2003 e 2008, não contempla ciclovias contínuas ao longo dos canais do metro, existindo apenas pequenos troços de ciclovia que não têm ligação entre si, consistindo numa fragmentação do sistema de mobilidade em bicicleta, que resulta na sua reduzida utilização pela população.
“Esta obra do Metro foi uma oportunidade perdida em coadjuvar e promover mobilidades alternativas, nomeadamente na oferta de mais rede ciclável, para fomento às deslocações dentro e para fora do concelho de Almada. Conjugar no mesmo projecto meios de transporte sustentáveis como transporte público, mobilidade em bicicleta e mobilidade pedonal, é garantir mais qualidade de vida, e uma utilização mais eficiente do erário público”, pode ler-se no comunicado enviado à imprensa. “As infraestruturas cicláveis no concelho de Almada continuam aquém do previsto no Plano Almada Ciclável, de 2005, que previa a construção de cerca de 200km de rede ciclável pelo concelho e que previa que até 2015, 5% das deslocações no concelho seriam realizadas em bicicleta. Tendo falhado as suas próprias metas, Almada está em vias de falhar a convergência no compromisso nacional estabelecido na Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável 2020-2030 (ENMAC), que prevê que até 2025, 4% das deslocações em Almada sejam realizadas de bicicleta, chegando aos 10% até 2030”.
Na carta aberta, os assinantes ainda falam de “falta de interesse e investimento público”, dando o exemplo do recente anúncio do alargamento da estrada IC20 para quatro vias,, que motivou uma petição pública, com mais de 2.500 assinaturas, a exigir complementariedade e melhoria em mais transportes públicos e mais infraestruturas para mobilidade ativa em vez de apenas estradas para automóveis.