Em 2021, Vila Nova de Gaia entregou em aterro sanitário 130.011 toneladas de resíduos urbanos indiferenciados, grande parte dos quais biorresíduos, ou seja, os resíduos orgânicos que são produzidos nas casas a partir do processamento de alimentos.
Em aterro, estes resíduos são compactados e privados do contacto com o oxigénio, pelo que a sua degradação provoca a libertação de metano, um gás com efeito de estufa. Em contrapartida, quando estes resíduos são sujeitos ao processo de compostagem, a sua degradação é feita por micro-organismos aeróbios, que só sobrevivem na presença de oxigénio. Este é um tipo de degradação que não produz gases nocivos ao clima e que qualquer pessoa com acesso a um quintal ou jardim poderá fazer em sua casa.
A pensar nos gaienses que vivem em apartamentos, surgiu o programa de compostagem comunitária Gaia Composta. Neste momento, existem três ilhas de compostagem instaladas no município, a que os participantes inscritos podem aceder e onde podem depositar os seus bioresíduos, de acordo com os regulamentos. Certos bioresíduos, como alimentos cozinhados, lacticínios ou cascas de citrinos, não deverão ser depositados nestes compostores.
Paralelamente, foram instaladas quatro ilhas de compostagem em escolas do município, permitindo a estes estabelecimentos de ensino compostar parte dos bioresíduos que saem das suas cantinas e jardins, assim como ser um valioso recurso pedagógico, que poderá ser usado nas atividades letivas e em sensibilização ambiental da população escolar.
Para saber se tem uma unidade de compostagem comunitária perto de si e poder participar, cada pessoa interessada pode entrar em contacto com o Centro de Educação Ambiental das Ribeiras de Gaia (227 539 678 ou ceargaia@aguasgaia.pt).
Fazer compostagem e transformar resíduos num fertilizante natural que podemos usar nos nossos quintais e jardins e que melhorará a saúde das nossas plantas e ajudará a infiltrar a água da chuva no subsolo, diminuindo a necessidade de rega, é uma atividade que não só é divertida como também regenerativa para o Planeta.
A educação ambiental tem estado no centro da estratégia municipal. Desde 2022, foram desenvolvidas 140 campanhas de sensibilização ambiental junto de diferentes alvos (público em geral, população escolar dos níveis de ensino pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, Instituições de Interesse Público, consumidores, seniores, gerentes de estabelecimentos de restauração, mercearias e padarias, feirantes, automobilistas, donos de animais de estimação, veraneantes e cibernautas), que incidiram em diferentes temáticas (redução, reutilização, reciclagem, acondicionamento e deposição de resíduos) e corresponderam a mais de 570 mil contactos diretos e de 390 mil contactos indiretos.
*Este artigo foi incluído na edição 97 da Ambiente Magazine