Como é que se conjuga inovação com sustentabilidade na construção de prédios e comunidades?
O Belas Clube de Campo, que pertence ao André Jordan Group, tem sido distinguido ao longo dos anos pelo “pioneirismo na implementação de soluções” que assumem um papel relevante ao “nível da sustentabilidade”, em áreas estratégicas como a “eficiência energética e hídrica”: dois aspetos que, para este grupo, são incontornáveis, quer para o “setor imobiliário”, quer para o “setor turístico”.
A Ambiente Magazine falou com Gilberto Jordan, CEO do André Jordan Group, para saber, essencialmente, como é que se conjuga “inovação” com “sustentabilidade”. O “reconhecimento” que hoje o grupo tem faz com que haja uma “motivação adicional” para continuar a “investir” e a “implementar” novas soluções com vista ao “bem-estar dos residentes” e, ao mesmo tempo, um “equilíbrio ambiental”. Assim, de acordo com o empresário, conjugam “inovação” e “sustentabilidade” através de “soluções adotadas em diversas áreas” tanto a “nível de recursos” (energético, hídrico ou materiais), como também ao nível de “cargas ambientais” (resíduos, gestão do silêncio, utilização de químico) ou, ainda, ao nível de “vivências socioeconómicas (integração local, controlo de riscos ambientais e humanos). É nesta conjugação que o responsável destaca aquela que é a ambição do grupo: “Pretendemos continuar focados no desenvolvimento e na aplicação das mais evoluídas e inovadoras soluções, pois a sustentabilidade está faz parte do nosso ADN e da nossa forma de estar”.
Mas porque é o Belas Clube de Campo um “case” de inovação?
Gilberto Jordan refere que as “Townhouses do Lisbon Green Valley”, nova fase do Belas Clube de Campo, foram a “primeira comunidade residencial” a iniciar o “cálculo da pegada carbónica” e, daí terem sido consideradas as “casas mais sustentáveis de Portugal”, atingindo o “Nearly Zero Energy Buildings (NZEB)”. Distinção essa que, segundo empresário, “antecipa àquilo que vai passar a ser obrigatório” na Europa, a partir de 2021, para “todos os edifícios novos”. O Lisbon Green Valley foi também a “primeira entidade a ser distinguida” pela ADENE (Agência para a Energia), com o “AQUA+”: o novo índice de “desempenho hídrico dos edifícios” que pretende “identificar e distinguir as boas práticas no uso eficiente dos recursos hídrico”. E, recentemente, o empreendimento foi ainda “certificado pelo Sistema LiderA” com a “inovadora norma de Resiliência às alterações climáticas”.
A procura constante por fazer mais nesta área levou ao André Jordan Group a, recentemente, lançar, em parceria com a EDP Comercial, o primeiro “Bairro Solar “, Comunidade de Autoconsumo Coletivo de Energias Renováveis” (CACER) de Portugal. Segundo o empresário, o objetivo desta iniciativa é “promover a produção de energia a partir do sol e, por isso, 100% renovável, e o seu autoconsumo, gerando poupanças substanciais na fatura de eletricidade”. Além disso, este “novo modelo” promove a “produção e partilha de energia localmente”, oferecendo “grandes benefícios também em termos de sustentabilidade”, permitindo “melhorar a eficiência energética dos participantes do bairro solar” e uma “redução substancial na geração de Gases de Efeito de Estufa (GEE)”, acrescenta.
Tais conquistas e distinções resumem-se a um “grande trabalho” de pesquisa e inovação: “Orgulhamo-nos do trabalho feito até aqui e queremos continuar a seguir neste caminho com total rigor, como temos feito ao longo da nossa história”, declara Gilberto Jordan.
[blockquote style=”2″]Critérios e princípios sustentáveis[/blockquote]
Questionado sobre quais os principais “princípios sustentáveis” que se deve ter em conta na construção de prédios e comunidades, o responsável considera que o “investimento na sustentabilidade” e o “respeito absoluto pela natureza” são “exigências incontornáveis”, estando tudo isso refletido em “todos os projetos” que o grupo desenvolve: “Tudo é pensado ao detalhe para reduzir o impacto ambiental e aumentar a eficiência energética, resultando em poupanças significativas, além de contribuir para criar um futuro melhor”. O “desenho” e a “construção” dos edifícios são incorporados em “tecnologias” e “ferramentas” adequadas, que resultam em “casas que podem ser praticamente autónomas na energia que precisam para desempenhar todas as funções”, explica. No entanto, são tidos em conta, no momento da construção de prédios e comunidades, vários “critérios” e “princípios” sustentáveis, afirma, dando como exemplo, a “orientação solar”, a “disposição das diferentes zonas da habitação”, a “conceção dos espaços”, o “dimensionamento dos vãos e os arranjos exteriores”, ou a “escolha dos materiais”. Gilberto Jordan refere que, entre estes critérios e outros, “todos procuram otimizar as condições de habitabilidade, reduzir custos energéticos e contribuir para a valorização do imóvel e do território”. E todas as medidas são “conjugadas de forma estratégica” para se cumprir os objetivos pretendidos, sublinha.
Relativamente a desafios e oportunidades que se colocam a este tipo de construção, o CEO do André Jordan Group, evidencia que a “sustentabilidade” e o “cuidado com o meio ambiente” estão a assumir uma “crescente relevância” e as “práticas empresariais sustentáveis” devem fazer parte da gestão. Assim, para o responsável, a “sustentabilidade” está interligada ao “risco”, à “eficiência” e à “criação de valor e inovação”. E os desafios passam por um “equilíbrio de todos estes fatores”, colocando no mercado empreendimentos, “não só sustentáveis”, mas também “reais e equilibrados”, que possam ser “vividos pelas famílias e não sejam apenas conceitos utópicos”.
Para que tal seja conseguido ou para que uma construção seja um “case” de inovação sustentável, o empresário chama atenção para a necessidade de se “incorporar alguns parâmetros” que permitem “vivências mais sustentáveis”, como por exemplo: o “isolamento térmico e acústico muito acima da média”; a “luz natural em todas as divisões”; os “painéis fotovoltaicos que alimentam baterias da Ampere que posteriormente vão abastecer a casa”; os “pontos de carregamento elétrico de carros, separação de águas cinzentas com Etar de tratamento para reutilização nos autoclismos (pré-instalação)”; o “sistema de aquecimento e arrefecimento de pavimento radiante”; os “painéis solar térmicos”; o “controlo de climatização”; os “eletrodomésticos de categoria A+++, máquina de lavar a loiça e roupa bitermicas”; o “depósito para acumulação das águas pluviais para rega dos espaços exteriores” ou a “gestão do silêncio”.
[blockquote style=”2″]Procura por soluções residenciais sustentáveis e eficientes[/blockquote]
Do ponto de vista de Gilberto Jordan a sustentabilidade não pode ser encarada apenas como um “objetivo”, mas sim como um “atitude”, e a “única atitude”, acreditando ser esse o “grande desafio para o futuro”. Assim, tanto do lado da oferta imobiliária, como também do lado procura, o empresário chama a atenção para a necessidade de um “mudança de paradigma” e um “assumir da importância” de uma “construção sustentável” e uma “gestão eficiente de recursos”. E dado ao excelente clima que Portugal oferece, o responsável afirma que “acabamos por estar menos sensíveis a esta temática”. Embora reconheça o facto do país ter evoluído nesta matérias, Gilberto Jordan considera que é preciso “inovar” e “apresentar” ao mercado “novas soluções”, de “qualidade” e “sofisticação”, de forma a que se possa continuar a “atrair não só os clientes nacionais”, como também os “internacionais”. E, do ponto de vista do empresário, a pandemia da Covid-19 veio trazer uma “maior consciencialização para as questões ambientais”, não tendo dúvidas de que a “procura por soluções residenciais sustentáveis e eficientes” será uma “tendência crescente”, contribuindo para uma “melhor qualidade de vida”.
O setor da Construção daqui a 30 anos…
Creio que no futuro temos todos de encarar o problema de frente, temos de estar cientes da importância cada vez mais acentuada do tema da sustentabilidade em todas as atividades económicas e nesse sentido é necessária uma reflexão que integre vários aspetos, que passam pela habitação, mas também por outros setores, como o dos transportes, da energia ou da saúde. Atingir a neutralidade carbónica é uma tarefa complexa e cara do que a sociedade terá realizado até agora. Considerando as novas exigências que se impõem do ponto de vista da sustentabilidade, acredito que terá de haver um grande empenho numa resposta integrada que não ponha em causa uma atividade económica tão importante para o País como é o imobiliário e o turismo.