Comissário europeu elege prevenção como chave para o problema dos incêndios
O comissário europeu Carlos Moedas defendeu ontem, dia 29 de agosto, em Mação que a prevenção é a chave para o problema dos incêndios e anunciou um investimento europeu de 125 milhões de euros para a investigação no setor. “Portugal tem, de uma vez por todas, olhar para esse futuro que é a prevenção, porque a prevenção é a chave para resolver a situação, se conseguirmos prever, e se conseguirmos ordenar o território como hoje vimos aqui em Mação, vamos conseguir, porque temos aqui bons exemplos”, disse o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, citado pela agência Lusa.
Carlos Moedas falava no âmbito da visita que fez ontem às áreas ardidas no concelho de Mação, no distrito de Santarém. Com um total de 27.500 hectares de área florestal destruída pelos incêndios de julho e de agosto, cerca de 75% do território de Mação, o comissário europeu disse que o Governo português e os municípios devem olhar para todos os fundos europeus disponíveis, incluindo o plano Juncker, e anunciou um orçamento na ordem os 125 milhões de euros, até 2020, para que os especialistas estudem e apresentem propostas para a resolução do problema.
“Decidimos propor ao Parlamento uma verba de quase 125 milhões de euros para os anos 2018, 2019 e 2020 para o estudo do que vimos aqui, em termos de planeamento, e o efeito que tem o não ordenar o território”, referiu.
Questionado sobre a pertinência do pedido de Mação para a ativação do Plano Juncker para o reordenamento da floresta nacional, o comissário europeu disse ser “uma ideia sólida” e que o Plano Juncker “tem capacidade para ajudar neste aspeto”.
Com esta visita, o comissário quis ver no terreno o apoio prestado pela União Europeia no combate aos incêndios florestais através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a utilização dos diferentes fundos europeus acionados no seguimento dos incêndios e reconhecer simbolicamente o trabalho dos bombeiros voluntários. “Por parte da Europa, o objetivo foi conseguir desbloquear os 45 milhões que estavam alocados de forma diferente para poder ajudar não só a nível das infraestruturas, como das empresas, das pessoas, dos municípios”, referiu Moedas.
O comissário europeu disse ainda aos jornalistas que sai de Mação com uma “imagem de tristeza, mas também de uma certa esperança por ver estes homens e mulheres aqui, a lutarem todos os dias”. “Temos de conseguir fazer melhor em Portugal, temos de conseguir prevenir estas situações”, disse Carlos Moedas, apelando aos investigadores e professores portugueses para concorrerem ao programa de Ciência da Comissão Europeia, que pode financiar projetos para conseguir fazer o ordenamento.