Comércio ilegal de espécies rende mais de 10 mil milhões de euros
Entre o final do ano passado e o primeiro trimestre deste ano, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária de Lisboa concluiu quatro investigações que permitiram apreender ovos de araras e de papagaios e espécies no valor de 435 mil euros que iam ser contrabeadas para coleccionadores no centro da Europa, “um verdadeiro negócio de ouro para os traficantes de animais”, noticia o Diário de Notícias. O tráfico de espécies protegidas é o terceiro maior do mundo, próximo da venda de drogas. As mais recentes estimativas (2013), divulgadas pelo Instituto da Conservação da Natureza (ICNF), apontavam para um volume de negócio de dez mil milhões de euros em todo o mundo.
Mas se o negócio tem crescido – em 2007 estava avaliado em seis mil milhões de euros – as apreensões registadas em Portugal (ICNF) também têm subido. Em 2013, foram resgatadas 581 espécies, um aumento de 94% em relação a 2012. A maioria das espécies apreendidas são aves e corais. Muitas até podiam ser legalizadas “se tivessem comprovativo da origem”, explica João Loureiro, reponsável por este controlo no ICNF. Como no caso dos troféus de caça que podem ser autorizados, basta que seja emitida uma autorização no país de origem e no de destino.
Recorde-se que este tema ganhou relevância mediática depois de, há cerca de um mês, um caçador norte-americado ter matado um leão, o Cecil, fora dos limites da área de caça no Zimbabwe.