“Adjudicar a construção das novas linhas significa que, a partir de agora, são as empresas adjudicatárias que tomam em mão uma responsabilidade que, apesar de incomodar muito, vai, acima de tudo, reanimar a economia, criar novos postos de trabalho e realizar um trabalho que fica para o futuro da infraestrutura da rede de transportes públicos na Área Metropolitana do Porto”.
A frase pertence ao primeiro-ministro, António Costa, que falou esta terça-feira, na cerimónia de consignação das Novas Linhas do Metro do Porto e o lançamento do Concurso de Conceção da “Nova Ponte Sobre o Rio Douro”, que decorreu nos jardins do Palácio de Cristal. Foi precisamente sobre o futuro que António Costa quis centrar o seu discurso: “Ao mesmo tempo que temos de continuar esta batalha do presente (Covid-19) pela vida e saúde dos portugueses, temos também de começar a construir o amanhã dos portugueses. Há um depois da Covid-19”. E, nessa altura, “já não vamos estar confinados” e as linhas estarão concluídas: “Estes meios de transportes serão fundamentais”, reforça.
O primeiro-ministro lembrou ainda que, depois da pandemia da Covid-19, há uma outra à “escala global” que, também precisa ser combatida: “As alterações climáticas que só pode ser combatida ou derrotada nas cidades porque são nelas que se concentram 75% das emissões dos gases com efeito de estufa”. E os transportes públicos têm um peso significativo em tal desígnio: “Só há uma forma de o fazer: investir em mais e em melhor transporte público. São a chave de sucesso neste combate”, sustenta. E a grande prova disso é o facto da “União Europeia compreender que para se enfrentar a crise da Covid-19”, é essencial “trabalhar a batalha no campo sanitário” e, ao mesmo tempo, “trabalhar no campo da economia, da sociedade, do emprego e da preservação das empresa”. É por isso, que se justifica bem as diferenças da anterior crise para esta: “Ao contrário da anterior onde se cortou no investimento público, nesta crise, a resposta foi aumentar o investimento público”, afirma.
Segundo o primeiro-ministro, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está fortemente concentrado nos desafios do futuro, isto é a “transição digital”, por um lado, e o “combate às alterações climáticas”, por outro lado. Este plano tem ainda um “curto prazo” de execução: até 2023 têm de ser assumidos todos os compromissos e, até 2026, tem que ser gasto todo o último cêntimo que pode ser financiado. Assim, “colocar neste programa o que podemos fazer já e libertar recursos para no quadro financeiro plurianual poder fazer a seguir – (linha para Gondomar ou linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto) – é utilizar bem os recursos que nos são disponibilizados pela União Europeia”, defende.
Em nota final, António Costa reforçou ainda que o “concurso de ideias” para a nova ponte é mais um exemplo de obras com os olhos postos no futuro: “São feitas com visão estratégica daquilo que queremos continuar no futuro”. E é também a prova de que o PRR não é feito sem as autarquias locais: “É mesmo feito com as autarquias locais: há muitos projetos no PRR que estão abertos às autarquias locais e só podem mesmo ser executados através das mesmas”, remata.