A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) posicionou-se contra o acordo de “livre” comércio entre a União Europeia e o Mercosul, ao considerar que os interesses dos agricultores e das populações sofre um “duro golpe”.
Acusando de secretismo a negociação deste acordo, a confederação pede acesso a toda a extensão do documento, mas também pede ao Governo português que não valide a proposta.
Além disso, a CNA acredita que este acordo acelera “a substituição dos pequenos e médios agricultores e da Agricultura Familiar camponesa pela grande produção agrícola industrializada. Os bovinos produzidos em pequena escala no nosso país competirão, de facto, com produções de enormes dimensões a preços muito mais reduzidos. As frutas competirão com produções avassaladoras de países com outras características edafoclimáticas. As oleaginosas produzidas cá competirão com as vindas de áreas de elevadíssimas produtividades, mesmo à custa do meio ambiente”.
“Os tratados de livre comércio promovem modelos industriais de agricultura onde só ganham as
grandes potências e as grandes corporações do agronegócio”, pode ler-se no comunicado enviado à imprensa por parte da CNA, que acrescenta que “com este acordo, a agricultura e a alimentação dos povos é transformada em mera moeda de troca, ao mais baixo preço, para aumentar as exportações de bens industriais das grandes potências europeias”.
A confederação rejeita ainda a ideia de competição entre agricultores à escala global e reafirma a importância de promover a cooperação e um novo quadro para o comércio internacional baseado na Soberania Alimentar dos povos.