A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e o Instituto Politécnico de Coimbra, através da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) promoveram um debate entre 100 participantes portugueses e espanhóis para a construção de uma estratégia transnacional no combate a uma planta invasora muito problemática: a erva-das-pampas. Este seminário insere-se no projeto LIFE-Stop Cortaderia da ESAC e contou com a participação de diferentes “stakeholders”. Dentro deste leque estiveram técnicos de diversos entidades nacionais – a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, a Direção-Geral de Agricultura e Pescas, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a Infraestruturas de Portugal, algumas autarquias – e empresas centradas na gestão de vegetação, associações, professores e jornalistas, de tal modo que cada um trouxe o seu enfoque para gerar um maior envolvimento em medidas práticas que controlem o problema das invasoras.
Segundo a Autarquia “todos reconheceram a gravidade do problema e a enorme importância de intervir de forma coordenada, uma vez que a espécie invasora em causa gera problemas a nível ambiental, económico e de saúde pública (cortes, alergias)”. Ao longo do seminário entendeu-se ser crucial agir rapidamente, antes que o problema se agrave ainda mais.
No verão passado saiu o Decreto-lei n.º 92/2019 de 10 de julho, que lista a erva-das-pampas pela primeira vez em Portugal como “espécie invasora”, apesar de “apresentar comportamento invasor no nosso país há já muitos anos”, refere o município, acrescentando que “ainda que falta coordenação geográfica e setorial das entidades a nível ibérico, e de Portugal em particular, causa desperdício de recursos e reduz a eficácia nas intervenções, entretanto já realizadas”.
Os especialistas sublinham a necessidade de uma melhor coordenação entre entidades e uma maior disponibilidade de recursos para poderem ser mais eficazes na luta contra a erva-das-pampas, o que se torna essencial para os planos de ação estratégica de gestão desta espécie, Cortaderia selloana, de origem sul-americana.
A nível de maior proximidade da população em geral, quer os professores quer os jornalistas participantes, mostraram-se motivados a participar de formas mais produtivas, contribuindo assim numa distribuição de informação mais eficaz.
Outro módulo especialmente importante e focado na participação dos cidadãos, concluiu-se, é o do voluntariado que age não só fisicamente no controlo da planta invasora como permite passar em primeira mão informações importantes na compreensão deste problema. O voluntariado aliado ao segmento de ciência-cidadã, que entrará em breve em ação, poderá ser um dos processos mais eficazes de globalmente se poder gerir a erva-da-pampas.