Um novo modelo matemático criado pela equipa de investigação de Valentina Zharkova, professora de Matemática na Universidade de Northumbria (em Inglaterra), permitiu prever que a actividade solar vai diminuir em 60% durante os anos 2030, o que poderá trazer condições semelhantes à da última microidade do gelo da Terra, que começou em 1645, lia-se num comunicado de imprensa da Royal Astronomical Society, divulgado hoje pelo jornal I.
Através da investigação elaborada para estudar a actividade do Sol, essencial à vida na Terra, a equipa conseguiu prever que, dentro de 15 anos, irá dar-se um grande decréscimo da actividade da estrela-mãe, podendo gerar-se condições meteorológicas no Planeta semelhantes às que foram registadas pela última vez entre 1645 e 1715, quando a queda a pique da temperatura tornou os Invernos mais rigorosos.
Há já 172 anos que os cientistas se aperceberam que o Sol tem uma actividade cíclica que dura 10 a 12 anos, mas esta actividade é muito variável de ciclo para ciclo e têm-se mostrado difícil de prever. Agora, a equipa de Valentina Zharkova estudou três ciclos solares (de 1976 a 2008), analisou as variações dos campos magnéticos do Sol, comparou o hemisfério norte com o hemisfério sul e criou um novo modelo que consegue fazer predições muito apuradas dessas irregularidades do ciclo solar. Ao usarem o modelo para prever o que acontecerá no futuro, os cientistas verificaram que no ciclo que inclui a década de 2030 os dois campos magnéticos ficarão completamente dessincronizados, o que provocará uma redução da actividade solar.
Falta agora explicar de que forma esta redução da actividade solar pode realmente afectar a Terra, questão para a qual a equipa de cientistas ainda não tem resposta. “Não é possível, para já, prever quais serão os impactos reais na Terra desta redução da actividade solar”, explicaram.