Uma tartaruga das ilhas Galápagos (na foto em cima), uma nova cochonilha no Brasil e uma planta achada graças ao Facebook integram o TOP 10 de novas espécies, lista elaborada pelo Instituto para a Exploração de Espécies de Nova Iorque em colaboração com o Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid (MNCN).
Todos anos são descobertas no mundo quase 20 mil novas espécies, mas só 10 passam a fazer parte do TOP 10, que é divulgado anualmente para celebrar o aniversário de Carlos Linneo, botânico do século XVIII considerado pai da taxionomia moderna.
A sobrevivência de um terço das 10 espécies mais destacadas é assegurada porque dispõem de áreas de distribuição muito reduzidas.
Uma planta descoberta pelo Facebook que só vive na cúpula de uma montanha, uma cochonilha nova que constrói refúgios numa caverna do Brasil e uma tartaruga que vive na ilha equatoriana de Santa Cruz (Galápagos) são as três espécies com a área mais restringida.
O responsável por determinar quais são essas espécies é um comité internacional de cientistas liderado por Quentin D. Wheeler, do Instituto nova-iorquino.
“Todas são magníficas e com esta iniciativa tratamos de consciencializar sobre a importância de continuar a conhecer e assim proteger a incalculável biodiversidade que nos rodeia”, explicou Antonio G. Valdecasas, pesquisador do museu espanhol onde serão expostas as novas espécies.
Segundo os cientistas, ainda faltam 12 milhões de espécies para serem descobertas, cinco vezes mais do que as conhecidas. E as novas TOP 10 são as seguintes:
– Phytotelmatrichis osopaddington: Escaravelho de aproximadamente um milímetro. Vive em pequenos recetáculos de água nas base das bromélias. A maioria dos escaravelhos vive no solo da floresta onde se alimenta de materiais em decomposição. Desconhece-se como consegue alimentar-se num habitat tão alheio.
– Phyllopteryx dewysea: Menos de três centímetros, de cor vermelha rubi com linhas verticais e marcas luminosas no focinho. A sua descoberta evidencia o pouco que ainda se sabe da fauna marinha.
– Lasiognathus dinema: Como o resto do tamboris tem um órgão que projeta acima da cabeça, mas neste caso é bioluminiscente. Acredita-se que usa este órgão para atrair presas.
– Iuiuniscus iuiuensis: Cochonilha anfíbia cega e despigmentada que pode ser da ordem dos isópodes. Com placas cónicas na base de suas patas que lhe dão um aspeto espinhoso e um comportamento peculiar: Para mudar seu exoesqueleto são construídos refúgios esféricos de barro. Só foi encontrada numa caverna do Brasil cujas câmaras interiores se inundam durante a época de chuvas.
– Drosera magnífica: O achado desta planta carnívora foi possível graças às fotos publicadas no Facebook. Drosera é o género mais numeroso de plantas carnívoras e esta espécie é a maior descoberta na América. Só está presente na cúpula de uma montanha e foi declarada em perigo crítico de extinção.
– Homo naledi: A jazida onde se encontraram os restos fósseis desta espécie do género Homo contém pelo menos 15 indivíduos diferentes, o maior agrupamento de restos de uma só espécie de hominídeo descoberto na África. É uma mistura dos Australopithecus com outras espécies de Homo.
– Sirdavidia solannona: As suas flores parecem-se com as dos tomates e batatas. Está a ser estudado se as abelhas provocam a dispersão de seu pólen pelos ultra-sons que produzem as vibrações das suas asas. Descoberta no Gabão e é a única representante do género Sirdavidia.
– Umma gumma: Uma das 60 espécies de libélulas e cavalinho do diabo descobertos na África. Seu nome e género combinados coincidem com o título do disco Ummagumma dos Pink Floyd, que, no jargão de Cambridge, significa fazer amor.
– Chelonoidis donfaustoi: Nenhum animal se associa de forma mais imediata à teoria da evolução de Darwin como as tartarugas gigantes das Galápagos. As análises genéticas determinaram a existência de duas espécies distintas na ilha de Santa Cruz. O que se achava que eram pequenas diferenças entre as populações das tartarugas orientais e ocidentais da ilha resultaram ser as características Chelonoidis donfaustoi, uma espécie nova de apenas 250 indivíduos.
– Pliobates cataloniae: Laia era um macaco fêmea, de corpo pequeno, que viveu há 11,6 milhões de anos no que hoje é a Espanha. A sua descoberta coloca a possibilidade de que os primeiros humanos poderiam relacionar-se mais estreitamente com os gibões do que os grandes símios. Pesava entre 4 e 5 quilos e media 45 centímetros.