Cidade de Braga vai ter “Laboratório Vivo” assente em baterias ecológicas
O Município de Braga terá, em 2023, um “Laboratório Vivo” que, assente numa nova geração de baterias, visa promover a descarbonização, um dos maiores e atuais desafios das comunidades. O novo espaço, que se irá instalar no centro da cidade de Braga, foi divulgado, esta terça-feira, 7 de junho, numa sessão intercalar de apresentação de resultados do Projeto Baterias 2030. A iniciativa, que decorreu no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, contou com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves.
O “Laboratório Vivo”, que deverá estar implementado no segundo semestre do próximo ano, ficará localizado no Edifício Gnration e áreas adjacentes, no centro da cidade minhota, e conjugará perto de 30 novas tecnologias disruptivas, que estão a ser desenvolvidas no âmbito do Baterias 2030. De Estas tecnologias visam contribuir para a “criação de um novo modelo de produção, armazenamento e gestão da energia, tendo por base fontes ecológicas e renováveis”, pode ler-se num comunicado.
O “Laboratório Vivo” terá assim, entre outros elementos, baterias 2nd life e de escoamento, uma central fotovoltaica, pavimento termoelétrico, luminárias com produção eólica, eletrolisador e carregador para mobilidade elétrica. Assente numa microrede hipocarbónica, esta comunidade energética irá promover “a substituição do consumo de combustíveis fósseis” e “a redução de CO2 no espaço urbano”, referem os responsáveis do novo espaço.
Pretende-se que o “Laboratório Vivo”seja um “exemplo para o futuro” e que demonstre a “necessária transição de um modelo de produção centralizada, transporte e distribuição, para um modelo de produção junto aos locais de consumo”, evidencia o consórcio, no mesmo comunicado.
Na apresentação intercalar dos resultados do Baterias 2030, o secretário de Estado Adjunto e da Economia mostrou-se otimista quanto aos resultados do Projeto e sublinhou a sua importância e impacto numa altura como a que vivemos, pautada pela guerra na Ucrânia: “A guerra veio desfazer dúvidas, estamos num quadro complexo sobre a mudança da matriz energética”. João Neves destacou, ainda, a “cooperação que deve existir entre as comunidades científica, tecnológica e empresarial”, sublinhando que a “competitividade da economia portuguesa deverá passar por este tipo de Projetos. É preciso que o ambiente económico valorize a inovação”.
O “Laboratório Vivo” será, assim, o culminar do Projeto mobilizador Baterias 2030 que integra mais de 20 entidades do sistema científico, tecnológico e empresarial. Liderado pela empresa dstsolar, com coordenação científica do INL, o projeto procura responder aos desafios relacionados com a descarbonização e a disseminação de comunidades energéticas sustentáveis, em linha com as iniciativas do Governo português e a neutralidade carbónica 2050.
Nesse âmbito, tem por objetivo o desenvolvimento de tecnologias aplicadas às baterias, tendo como foco um modelo energético baseado na produção renovável, que, por ser intermitente, torna necessário o armazenamento intermédio. Visa, ainda, a transferência para o ambiente urbano.
Este Projeto é a primeira iniciativa de larga-escala que integra entidades do sistema científico e tecnológico com a indústria de baterias nacionais em consórcio, constituindo um marco no desenvolvimento de novas tecnologias disruptivas nesta área. O Projeto está na génese e dinamização do primeiro cluster industrial na área de baterias, em Portugal.
Além das várias empresas do dstgroup como a dstsolar, a innovationpoint, a bysteel fs e a dst sa, o Projeto reúne outras entidades de relevância no panorama nacional e internacional, nomeadamente WATT-IS, Efacec, Addvolt, Secil, C2C New Cap, Visblue, INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, IST – Instituto Superior Técnico, CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes, LNEG – Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia, CEiiA, INESC-TEC, INESC-MN, Universidade do Minho, Omniflow, 3Drivers, ZEEV e Amnis Pura.