Cidadãos de várias cidades do país convocam um protesto contra os incêndios florestais em Portugal, incidindo no impacto da monocultura do eucalipto e a indústria da celulose em Portugal, que estão a acelerar os efeitos das alterações climáticas, favorecendo o fogo e a seca. Os protestos decorrem no dia 3 de setembro, domingo, em Lisboa, Porto, Coimbra, Odemira, Vila Nova de Poiares, e Sertã.
No manifesto convocatório do protesto, assinado por mais de 40 pessoas de todo o país, são apontados “os ciclos cada vez mais curtos de incêndios catastróficos no país e a responsabilidade da indústria das celuloses – em particular as empresas The Navigator Company e Altri Florestal – e dos sucessivos governos neste facto”, lê-se num comunicado, divulgado à imprensa.
Ao longo de décadas, as decisões tomadas pela indústria e pelos governantes tornaram Portugal o país com a maior área de eucaliptal relativa de todo o mundo. O resultado foi a “transformação de um território abandonado, onde predomina uma espécie invasora e altamente combustível, o eucalipto. Outras espécies também se expandiram neste contexto, favorecendo ainda mais os incêndios e a desertificação, como as acácias e as háckeas”, refere o mesmo comunicado.
O protesto em Lisboa partirá do Largo da Estefânia às 19h do dia, passando pelo Instituto de Conservação da Natureza e terminando na sede da The Navigator Company, na Avenida Fontes Pereira de Melo. Em Odemira, local de recentes incêndios nas áreas de eucaliptais da The Navigator Company, o protesto decorrerá com uma marcha desde o bar “O Cais” até à Câmara Municipal. Já no Porto será em frente à feira do Livro no Palácio de Cristal, e em Coimbra, frente à sede do ICNF na Mata Nacional do Choupal (Casa Azul).