O que se temia aconteceu. Com as equipas ainda a limpar os restos de cianeto de sódio e outros químicos perigosos no porto chinês de Tianjin, atingido na semana passada por duas colossais explosões que deixaram um rasto de destruição ainda não completamente apurado, a chuva caiu ontem na cidade, elevando a probabilidade de produção de gases tóxicos que podem contaminar a água, o ar e os solos, avança o Diário de Notícias.
As autoridades tinham admitido que estavam numa corrida contra o tempo para fazer a limpeza dos compostos químicos na zona contaminada antes que a chuva chegasse, uma vez que o cianeto de sódio, um dos produtos químicos armazenados em grande quantidade no porto, produz cianeto de hidrogénio quando em contacto com a água. Este é um gás altamente venenoso, que pode ser fatal quando inalado ou ingerido.
Admitindo a existência de contaminação localizada , as autoridades chinesas isolaram já há quatro dias uma zona num raio de três quilómetros em torno do local onde ocorreram as explosões, e retiraram mais de seis mil residentes. Era ali que estavam armazenadas muitas centenas de toneladas de diferentes produtos químicos, muitos deles tóxicos e inflamáveis, que terão contribuído para a ocorrência das explosões e para a sua própria magnitude.