A obra de reabilitação e reforço de potência no aproveitamento hidroelétrico no rio Luachimo, construída ainda no período colonial português na província angolana da Lunda Norte, financiada por um banco chinês, vai permitir fornecer eletricidade a 186.371 famílias. O anúncio foi feito pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, de visita à província e que na quinta-feira consignou a empreitada, avaliada em 210 milhões de dólares (190 milhões de euros), à empresa China Gezhouba Group Company (CGGC), refere a Lusa.
A barragem data de 1958, no tempo colonial português, construída então para servir sobretudo o setor mineiro, e a obra de reforço de potência da barragem que agora arranca permitirá fornecer eletricidade, dentro de três anos, à cidade do Dundo e a outras localidades vizinhas.
O plano do Governo angolano para o setor elétrico daquela província diamantífera no interior norte do país compreendia, numa primeira fase, a reabilitação e o reforço da produção de energia em Luachimo, de oito para 36 megawatts, bem como a recuperação de nove antigas subestações elétricas do tempo colonial, paralisadas há 30 anos.
A Lusa noticiou em agosto último que esta empreitada vai ser financiada em 160 milhões de euros pelo banco chinês Industrial and Commercial Bank of China (ICBC).
A informação consta de um documento do Ministério das Finanças a que a Lusa teve acesso, referente à execução orçamental nos primeiros três meses de 2016, referindo com isso que já este ano foi garantido o financiamento junto do ICBC para cobrir 85 por cento do investimento necessário.
A empresa portuguesa COBA foi contratada em agosto de 2014, por 7,5 milhões de euros, para elaborar o projeto de execução, assistência técnica especial, aprovação de projetos dos equipamentos eletromecânicos e elétricos da barragem.
Envolve, além da reabilitação e reforço de potência, a construção de uma segunda central, sendo justificada pelo Governo angolano face às “projeções de crescimento da procura de energia elétrica” no país, a médio e a longo prazo, e em função disso pela “necessidade de aumento acentuado da capacidade de produção”.
A obra tem uma duração prevista de 37 meses, e a também portuguesa Efacec foi contratada em 2014, por 83 milhões de dólares (75,4 milhões de euros), pela NIARA POWER, enquanto subcontratada da companhia chinesa CGGC, responsável pela empreitada, para fornecer equipamentos geradores.
Envolverá globalmente a reabilitação dos equipamentos da barragem já existente e a construção de uma nova central hidroelétrica, que será equipada com quatro novos grupos geradores de nove megawatts cada um.