A China, o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, formalizou esta quinta-feira, 28 de outubro, junto da ONU (Organização das Nações Unidas) as novas metas climáticas do país, a três dias do arranque da cimeira COP26 (Conferência sobre as Alterações Climáticas), encarada como crucial para combater o aquecimento global.
O anúncio, segundo a Lusa, foi dado pela ONU, e destaca o compromisso de Pequim nas contribuições nacionalmente determinadas (NDC) revistas, a atingir o seu pico de emissões (e iniciar uma curva descendente) “antes de 2030” e a neutralidade carbónica “antes de 2060”, objetivos em linha com os anúncios realizados este mês pelo Presidente chinês, Xi Jinping.
Estes novos compromissos, publicados na página na Internet da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), também prevêem uma redução da intensidade carbónica da economia chinesa (rácio entre a emissão de gases com efeito de estufa e o Produto Interno Bruto — PIB) em mais de 65% em relação a 2005, precisa Lusa.
O anterior NDC da China comprometia-se em reduzir a intensidade carbónica entre 60% e 65% até 2030 e atingir o pico das emissões “por volta de 2030”.
No novo documento, citado pela Lusa, Pequim lembra que os países desenvolvidos devem “assumir as suas responsabilidades históricas” e “continuar a assumir a liderança na redução das emissões”.
A COP26, que arranca já no próximo dia 31 de outubro (domingo) em Glasgow, Escócia (Reino Unido), decorre cinco anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Os países signatários do protocolo internacional devem apresentar, a cada cinco anos, um NDC revisto.
As novas metas climáticas da China, responsável por mais de um quarto das emissões globais de gases com efeito de estufa, eram muito aguardadas antes do arranque do encontro, que não contará com a presença física de Xi Jinping.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 graus celsius.