A China ordenou o encerramento de 2.100 fábricas devido ao agravamento da poluição, que hoje regista em Pequim valores 24 vezes acima do que é considerado seguro. Uma densa névoa cinzenta envolve hoje Pequim, com a concentração de PM 2,5, partículas microscópicas que penetram os pulmões, a disparar até aos 598 microgramas por metro cúbico, indica a agência Lusa. A leitura, disponibilizada pela embaixada dos Estados Unidos, ultrapassa largamente o máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde, de 25 microgramas por metro cúbico. Em Jinan, a centenas de quilómetros da capital, os valores chegaram aos 400.
As autoridades em Pequim ordenaram o encerramento de 2.100 empresas altamente poluentes, indica o jornal estatal China Daily, aconselhando as pessoas a ficarem em espaços fechados.
As companhias áreas cancelaram mais de 30 voos de Pequim e Xangai, muitos para a província de Shaanxi, muito poluída e grande produtora de carvão.
As críticas ao estado do ambiente na China subiram de tom depois de o Presidente Xi Jinping ter discursado na segunda-feira na cimeira do clima, em Paris.
Xi prometeu “agir” em relação às emissões de efeito estufa, repetindo apelos antigos e dizendo que as nações mais pobres não devem ter de sacrificar o crescimento económico.
A maioria das emissões poluentes na China vem da queima do carvão, que sobe no inverno, com o aumento da procura por aquecimento, gerando nuvens de poluição.
Estima-se que a China tenha libertado entre nove e dez mil milhões de toneladas de dióxido de carbono em 2013, quase o dobro dos Estados Unidos e cerca de duas vezes e meia mais do que a União Europeia.